Henrique Júnior
Timóteo /MG

 

Depressão

 

 

Cadê a vida?
Aquela que era levada
Ora alegre, ora sofrida
Mas enxergava a saída!
Com um sorriso largo
Esnobava do perigo
Onde o peito ferido
Era o seu abrigo.
Está prestes a morrer
Ao perceber
Que tudo é ilusão
E o sentido de viver
Virou solidão
Numa cova particular
Onde só um pode entrar.
O olhar inerte está por um fio
Mas ainda preenche uma face
Ressecada e com frio.
Já não tem mais forças
Nem para suplicar,
Quer apenas findar-se
Deixar de ser vida
Mal vivida.

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 158 - Março de 2018