Ismar Carpenter Becker
Rio de Janeiro / RJ

 

Enterrem meu coração na Patagônia

 

Onde o vento frio será meu companheiro eterno
Num sepulcro das geleiras eternas
Onde o brilho do entardecer iluminará meu caminho
para alguma estrela qualquer
Enterre meu coração nos Andes negros graníticos
Salpique a neve alva petrificando o ipê
Escreva em minha em mina lápide “a vida é um eterno recomeçar”
Reviver na memória grandes amores, emoções, tristezas
Lembranças que queremos esquecer
Enterrem meu corpo em terras Darwinianas por onde ele passou
Onde o condor em seu silêncio altaneiro tudo observa
Quando último prego for batido restarão lembranças e nada mais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 159 - Abril de 2018