Wilson Ayres de Melo
Vitória / ES

 

Desvio de foco

 

O medo da punição
inibe a ação criminosa.
Se a pena é branda
a infração é deleite.

O homem não se curva à razão
se reais motivos de dor não impõem
freios aos instintos naturais.

Nenhum homem nasce bom ou nasce mau.
O homem nasce homem, e de herança
traz apenas tendências
e estas se fazem anseios
e estes se fazem (ou não)
fatos que consumam o bem ou o mal.

Não há outra verdade:
o homem tende à fera
se não for devidamente domado.

Tudo o mais que defendem por aí
é desvio de foco.
Por burrice... ou interesse.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 159 - Abril de 2018