Claudia Fontenele Alves da Silva
Águas Claras / DF

 

Saudade

 

A cada dia que passa
Vou definhando de mansinho,
Se é que posso falar assim.
Coração apertado,
Apertando um sentimento
Que se arrebenta em dor.
Dor tão profunda
Que não é mensurável,
Que palavras não podem expressar.
Cada pedacinho de mim
Sendo arrancado por falta de amor.
Amor que era companheiro,
Que não precisava de sexo,
Que não sabia se esconder.
Sinto sua falta.
Olhos se anuviando de lágrimas.
Solidão em mim,
Um tempo sem chão,
Um pedacinho de indecisão.
Não sei se vou ou fico
Perdida no tempo
Entre ontem e agora.
Só sei que dói demais.
Faltam-me seus braços,
Falta-me o estender das mãos
No meu pedacinho de ilusão.
Cada dia que passa
Percebo que não diminui a saudade
Nem a dor da separação.


 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 160 - Maio de 2018