Jaídson Gonçalves
Campos dos Goytacazes / RJ

 

 

O bêbado acrobata

 

Atrás do meio-fio,
Na calçada esburacada,
O grande desafio,
Do nobre dono da calçada.

O movimento sem atino,
Do quase,
E da escoria do desatino,
No auge do seu êxtase.

A cada guinada,
Uma pintura,
Um jogador de equilibrada,
Ao vento que te assegura.

Ao larapio malandro,
Que chega sem nome,
Mas com um cilindro,
De muita fome.

A noite é uma cruzada,
Do ser sem destino,
Mas com a alma pintada,
De um acetino.

O andarilho sem destino,
O bêbado e o seu equilíbrio,
Asa de menino,
No berço que ludibrio.

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Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 163 - Agosto de 2018