Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

 

Canto da Libertação

 

 

Queremos mudar o outro
Queremos mudar o mundo
Queremos mudar as ruas, as praças, os jardins...
Queremos mudar os costumes, as crenças, os valores...
O tempo, os sonhos, a direção dos ventos...
A poesia da heterogeneidade cultural
E esquecemos de que nenhuma mudança virá
Se quem quer mudar o outro também precisa mudar...
Nossas mudanças são reflexos de nossas leituras,
De nossas experiências, rupturas, escavações, buscas, investigações...
E ao olharmos para o passado, percebemos que já não mais estamos lá...
Que crescemos por meio da pedagogia da libertação
E ficamos felizes quando também encontramos outros
Que cresceram juntamente conosco...
Mas também encontramos pessoas que não saíram do mesmo lugar...
Continuam pensando com as mesmas formas ultrapassadas,
Repletas de preceitos interpelados por uma violência que cobre vossas alienadas ideias!
São também leitores, intelectuais, pensadores, inventores, criadores...
Porém possuem ideias dominadas por um "pensamento de sistema"
Que tira de cena os direitos humanos conquistados a duras penas!
O poeta que ora escreve ver o óbvio à sua frente…
Uma "potente luz" que o faz enxergar longe…
Hoje, o "poeta das horas" sabe a grande importância que tem as horas...
A hora da mudança... da mudança que no passado fez grande diferença…
Da mudança que desmancha as velhas montadas estruturas que habitam
O problemático mundo interior, agitando-as, movendo-as, girando-as...
Numa intensa descoberta que alimenta a poesia da libertação…

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 163 - Agosto de 2018