Abraão Leite Sampaio
Governador Valadares / MG

 

 

 

Eça de Queiroz
O ícone da literatura portuguesa no século dezenove

 

Seu talento como defendente foi expressivo
Mas seus “dois amores”...  Literatura e Diplomacia
Se “irmanaram”... em conspiração humanizada
 E o desviaram da “arte” que cuida da aplicação das leis
Incluindo-o à classe de advogado que pouco advogou

“Usou” a diplomacia para tornar real
O que realmente desejava e queria
Estava ciente... que seu “amor” verdadeiro
 Não conseguiria se ocultar em sua mente
Tampouco ser impalpável...
Ele a via tocava e sentia

Ela... com astúcia o induz a distanciar-se...
Da incômoda e indesejável “concorrente”
Sussurrando a seus ouvidos... Liberte-me
“Abraçando-o” como criança carente

Naquele instante o “matrimônio” foi concretizado
Estava seguro que esta seria sua eterna companhia
De menino... este era o destino desejado

O caminho por ele escolhido...
Nunca foi encoberto por tempestades ou escuridão
Seus passos podiam ser dados com olhos vendados
Portanto o sentido visão... era “desnecessário” à sua ação

De seu imaginário... saltam personagens
Que hipnotizam o leitor pelos atos que realizam
Impondo-lhes existência física e mobilidade ativa
Ancorados na magia de sua narrativa

Seu mundo de fantasia foi adimensional
Suas diversificadas e ricas obras
Ultrapassaram a fronteira de sua terra natal

Seus fenomenais romances... Os Maias
O Crime do Padre Amaro e o Primo Basílio
Transcendem o mundo das imaginações
Trazendo brilho mais acentuado ao idioma de Camões.

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 163 - Agosto de 2018