Luciana Martins Xavier
Belo Horizonte / MG

 

 

Ah, querida inocência!


A inocência é algo quente e gostoso,
um porto seguro e saudável.
No primeiro respiro a dor já chega insuportável,
há quem diga ser a maior dor...
Mas só não sabe, quem nunca viveu um grande amor!
As cores da inocência têm voz doce e protetora,
até que a negação te espante e o medo apavore.
E na descoberta, a mentira vira algo comum,
com a certeza de algo mudar.
A inocência, vez ou outra, aflora nas esperanças de quem chora...
Os sonhos são intensos, com verdadeiros sentimentos.
Tudo se destrói, quando a vida te mostra como dói.
Inocência? Foi se embora...
É quando o mundo te engole e o aconchego se torna
Inalcançável, como as estrelas...
Ah, querida inocência!
Falta faz na minha existência.
Puro, belo e verdadeiro.
Finda-se lentamente, com pitadas de desesperos...
Cruelmente retirada, sem espaços.
Ah, querida inocência!
Um casulo se formou,
E na borboleta se transformou!
Nas risadas e momentos perfumados, me deixou.
E o que restou?
Um mundo venenoso:  - Reles dias!
A procura de um pouco de decência.
Ah, minha querida Inocência!

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 164 - Setembro de 2018