Diego Demetrius Fontenele
Taguatinga / DF

 

 

Pena


Do alto de nossa regalia
Brandimos penas invisíveis
Condenamos aves e bichos
Condenamos nossos iguais.

Para cobrir nossa vergonha
Para adornar nossas casas
Para saciar nossa fome
Matamos

E prendemos, torturamos
Pela carne, vinho e marfim
Algodão, seda e cetim

Sangue nas penas que não voam mais
Sangue na pena que registra os ais
Nossa história é sangue apenas.

 

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 165 - Outubro de 2018