Cesar Menezes Porto
Fortaleza / CE

 

 

Mané - o Mágico do Olé

 

O artista da bola conhecido por Mané das entortadas...
Driblava os marcadores como se fossem coadjuvantes
Deixava-os tontos e tortos com suas pernas tortas...
Reanimando-os ora com bola, ora sem bola feito meninotes
Driblando mais um, dois, três, meio time, inacreditável Mané!
Vixe! Cada cena um "vexame", bis!... Bravo!... Mas nada de rixa
Levantava-os admirados sob seus traços desconcertantes...
Único jogador a trocar a marca do gol pela mágica do olé
Era o (rei)nício do olé. Era ende(usado). Era a era Garrincha.
Dois tempos se foram, aliás, o tempo para assisti-lo, antes...
Voltasse pelo menos meio-tempo, para agradecê-lo num instante
Contentava-se a não tomar os gols dos companheiros...
Dando-os de graça, após sua ginga sobre os adversários
Alegrava o povo como se os condões fossem suas pernas
Mesmo sem tento, mas atento ao tempo mágico da jogada
Em sua homenagem os versos que fogem da métrica ideal
Assim era ironicamente, sem simetria,...mas imarcável!
O gênio só, re(velado) pela contracena da mídia
Detr(atado), de(solado) pelas agruras da vida
Driblado, ou melhor, desfalcado pela "memória".
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Pelé é a meta...Mané é a Metafísica.


(Homenagem póstuma a Manuel Francisco dos Santos,
o Mané Garrincha
)

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 166 - Novembro de 2018