Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG
Sem terra, sem tudo
Sem terra.
Sem teto.
Sem lar.
Sem dente.
Sem tudo.
Sem um nome a quem apelar.
Sem bagagem.
Sem a passagem no bolso
para uma viagem só de ida.
Sem a esperança, que há muito
já morreu
e nem mesmo
meu coração aqueceu.
Sem o doce encanto
de seus beijos.
Sou assim.
Sem nada.
Sem desejos.
Sem sorte na vida.
Sem vergonha de viver
e ainda nem é dia.
Tenho culpa,
se tudo dá poesia?
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