Maria Ioneida Lima Braga
Capanema / PA
Sonho do poeta
A manhã vem abrindo as suas asas.
O sol desponta olhando a serenidade da paisagem.
Um vento rasteiro desarruma as folhas.
Deixando um perfume fantasmagórico na aragem.
Sóis e sombras que me julgam.
O bocejar de sorriso entediado.
Apenas peço a Deus em prece muda.
- Perdoa esse peito castigado.
Andei arrastando o amor.
Pensei sentir da lua caridade.
Mas, apenas o peito do poeta que transmuda.
Acima de mim as aves roubam a liberdade.
Eu só, em pensamento aguardo primaveras...
Adivinhando o coração que vem a boca e se perdendo.
O tempo é um gesto do silêncio.
E como tem que ser eu vou vivendo.
Lágrimas escorrem nas pupilas do escuro.
Coisas terríveis que torturam o momento.
Nem sempre se escolhe olhar o céu.
Ser livre é não saber ouvir o intento.
O que sei de mim é quase pouco.
Menor que a ilusão de abismos em que acredito .
Mas vou tirar da luz a claridade.
Darei para que o sonho do poeta.
Alcance nas alturas o cerne da eternidade.
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