Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

Verso que grita

 

O silêncio geme profundo a dor de um povo oprimido
Um povo chora em silêncio a prisão de seu líder
A história está em suspense com medo do que já aconteceu no passado
Pois os filósofos, poetas-profetas dos signos em explosão
Já diziam em seus fartos discursos sobre a eterna repetição…

E este que vos escreve, poeta que ama a sua gente e apela a Deus
Que proteja o seu sofrido povo das amarras do vil tentador
E o poeta escreve, escreve, e sua mente segue a estrada de um sagrado rio
Que no passado possuía, em suas margens, verdes flores da esperança
Este sagrado rio banha a consciência dos que sabem fazer a hora acontecer…

E o poeta se distrai, e, de repente, um relampejo aproxima-se de si
Em forma de verso que grita, luz que anuncia, voz que denuncia
E declara que só o povo pode, com a luz divina da providência,
Pôr um fim nessa estrada repleta de signos devoradores de nossa consciência
Só o povo, portador dos signos da libertação, pode dar a palavra final…

E se da voz os sons se convertem em ruídos, e dos ruídos o poder do povo se anuncia
Depressa teremos já anunciada a liberdade de nosso filho gentil
E numa rápida explosão de vozes unidas
Libertaremos das forças do mal
O defensor real de nossa nação brasileira!

(Ao amigo Roque Filho)

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 166 - Novembro de 2018