Maria C. Feijó
Pelotas / RS

 

 

Abençoadas mãos

 

Que de minhas mãos eu possa
lançar o bem
repartido em partes iguais.
Aos que mais precisam
não medirei esforços.
Que minhas mãos
sejam do tamanho
de suas necessidades.
Contenham
os ingredientes da massa
para sovar o pão.
Que minhas mãos sejam
a concha
saciar a sede dos que vivem
na torreira da iniquidade.
Que os pingos
delas ao vazarem
reguem
as flores do nosso chão.

 

 

 


 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 167 - Janeiro de 2019