Sueli Dutra
Florianópolis / SC

 

 

Almas sombrias

 

A alma que não é nobre suga o néctar da essência de outrem.
Emerge às sombras do que não se vê e na sutileza da maldade
Transcende a alegria de viver.
A intemperança trava meios de convivência sem o menor vestígio de sapiência.

Quão difícil é caminhar por entre almas sombrias que espreitam
Corações distraídos, auspiciosos em alvíssaras.
Contraem a esperança e transformam o sorriso num semblante de dor.
Como aquiescer o perdão e tirar da face o torpor?

Nas atitudes sem medida o mal cresce.
É conduzido, às beiradas,
Na agudez de punhais em forma de palavras.

Assim, o coração aperta e quase falece.
Sangrando deixa rastro da luta contra o insano.
Difícil separar o joio do trigo e arrefecer os ânimos.

 

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 168 - Fevereiro de 2019