José Faria Nunes
Caçu / GO

 

 

Saudade e memória

 


A energia etérea da saudade
flui silenciosa sobre o sonho
qual navalha penetrante e fria
no sulco dessa dor que dói sem doer.

O olhar interior leva-me ao ontem
que se embaralha e se confunde
na paisagem verde dos anos
de ventura e desventura dilacerados.

Desde os bancos escolares sonhei
e fiz sonhar na construção de dias
de felicidade, projeto adiado
na imprecisão das trilhas  da vida.

Eis agora a saudade que flui etérea
volátil, imperceptível mas que sufoca
no acariciar das cicatrizes imprecisas
de sobrevivência na singular memória.

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 168 - Fevereiro de 2019