José Faria Nunes
Caçu / GO
Saudade e memória
A energia etérea da saudade
flui silenciosa sobre o sonho
qual navalha penetrante e fria
no sulco dessa dor que dói sem doer.
O olhar interior leva-me ao ontem
que se embaralha e se confunde
na paisagem verde dos anos
de ventura e desventura dilacerados.
Desde os bancos escolares sonhei
e fiz sonhar na construção de dias
de felicidade, projeto adiado
na imprecisão das trilhas da vida.
Eis agora a saudade que flui etérea
volátil, imperceptível mas que sufoca
no acariciar das cicatrizes imprecisas
de sobrevivência na singular memória.
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