De soslaio só te vejo em traços disformes
[ retratos insinuantes do meu desejo ]
passando por mim, bem perto,
mas eu, fingidamente, te desprezo com orgulho.
Ah, mas tu passas,
e te imagino ansioso pelo meu olhar,
por um tostãozinho da minha atenção.
Mas te nego até mesmo a esperança,
e como criança dengosa
reduzo meus passos, airosa,
como quem pensa [fingida]
num outro [distante] amor.
Poema
publicado na Antologia de Poetas Brasileiros -
vol. 169 - Março de 2019