Samuel Alencar da Silva
Capanema / PA

 

Soneto de um coração fechado

 

 

Vou fechar a porta do meu coração
Vou trancafiar com corrente e cadeado
Para que não entre mais nenhuma ilusão
Eu vou sair sem destino voando alado.

Eu vou pedir a Deus mais compaixão
Pois assim não posso mais continuar
Com essa amarga imensurável solidão
Que os anjos venham me acalentar.

Vou percorrer trilhas não explorada
Quero achar meu corcel afugentado
Que a luz afugente as trevas de Sião.

Minha sombra já não existe mais nada
Só me resta as agruras de triste recordação
Daquela minha alvissareira caminhada.

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 170 - Abril de 2019