Aliomar Costa
São Paulo / SP

 

 

O fim

 

Estamos em três mil e dezessete
Depois da explosão nuclear
Os seres vivos agora são apenas vermes,
Os ex-humanos, partículas atômicas  no ar

A Terra hoje  é morta,
Só  lixo não-reciclável foi o que sobrou
O inferno abriu as suas portas
Pra receber o resto que aqui passou

Foi bom enquanto durou,
Num ex-mundo maquinado e robotizado
Chuva de ácidos não parou
Criamos apenas monstros demonizados

Tudo é inerte, sem estrelas, sem sol, sem lua,
Secaram os rios, os mares, a flora, a fauna, a vida
A destruição é a cara desta figura
Este é o retrato do que foi vida, vida perdida.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 171 - Maio de 2019