Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

Híbrido retorno

 

A travessia... um rio de águas europeias
Um rio-oceano atlantizado
Um banho de palavras civilizadas
Uma revisão dos conceitos fixados
Um rápido desmanche de "pilares discursivos"...
Uma ponte quebrada... uma outra a ser construída…
Um sonho incompleto, ruptura insensata,
Sentido desnutrido, estrada entreaberta...
Tudo se desfaz num novo olhar
O “grande mundo” não mais se sustenta nas velhas hipocrisias…
Meu mundo, vasto mundo, pequeno mundo de perdas e ganhos
Nutrido por palavras frias, enunciados congelados
E um vagão de ideias rodeadas por sombras...
Eis a poesia... Eis o encontro
Eis o desencontro dos sons, das formas, dos sentidos
Eis o rio que nunca dorme…
Difícil retorno feito de grandes realizações
Morada minha, pátria democraticamente histórica
Eis o Portugal que agora enxergo a distância
Feito de pergaminhos, canções, palavras,
Emoções, silêncios e imaginações...
Um pequeno gigante que aprendi a amar
Que me fez ser hoje o que sou:
Mais humano, mais poeta, mais experiente…
Enfim, mais hibridamente vivo.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 172 - Junho de 2019