Maria C. Feijó
Pelotas / RS

 

 

Olhar sanguinário

 

Olhos brilharam ao ter ver passar.
Encoberto pelo linho jamais poderia...
A cor do sabor a deliciar. O cheiro te cativou
tão logo os lábios nos olhos sanguinário.

Eram céus, estrelas
e astros a contemplarem.
Mãos em juras abençoadas
pelos deuses amantes da lua universal.

Vidas desabrocharam.
Não mais havia de sucumbir
vontade e desejo
de suprir delírios de emoção.

Noite ainda criança em flor de laranjeira
almeja a orquestra a tocar.
Um tiro perfeito.
Obra de um crime passional?

Olhares em corpos flechados
cravejados de sangue e suor.
Corações acorrentados
pelos nós de paixão.

Amor, desamor
princípio ativo mortal.
Vozes femininas falam
no depósito do além.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 172 - Junho de 2019