Abraão Leite Sampaio
Governador Valadares / MG

Maria Firmina dos Reis

(Escritora maranhense, primeira mulher
a escrever um romance no Brasil)

Era negra a pioneira romancista brasileira
Antes do “fabuloso” Castro Alves
Escrever sua comovente poesia “O Navio Negreiro
E de Bernardo Guimarães com o popularíssimo romance
“A escrava Isaura”... obras que evidenciavam o abolicionismo
A escritora e educadora mostra sua bravura ao usar sua “arma”
Para extirpar a “Mancha Negra da Escravidão”

Mostrando uma realidade entristecedora
Que “apunhalam”... com forte apelo sentimentalista
Os corações endurecidos dos insensíveis escravocratas
Buscando com veemência o fim daquela imposição imperialista
Em concordância com o magnânimo Pedro II...
Que nunca possuiu escravos

Sua face é “desconhecida”...
Mas isto é irrelevante diante do que Maria desejava e sentia
Ao “pisar” em caminho proibido às mulheres de sua época
Sua obstinação transpôs a linha que a sociedade permitia

Exaltou a força da mulher negra
Ao externar o profundo sentimento...
Que estava “enjaulado” em sua memória

Afastou de seu redor...
A censura, o sexismo e o forte racismo
Que enodoava a nação por inteira
 
Ao escrever o romance Úrsula e o conto A Escrava
Nos quais “enfrenta” os senhores de engenho
Com incisivas frases, versos e composições musicais
Alentando e dando vozes aos negros “amordaçados”
Que em constantes opressões impiedosas...
Comportavam-se como “animais” acuados

Se “passeássemos” pelos pensamentos de Maria
Depararíamos com frases que certamente afirmariam assim:
Senhores do Engenho... Negros não são animais de montaria...
Tampouco deveriam arquear sob os varais de seus palanquins
Estes corpos sentem fortes emoções... emitem alegrias e realizações
Mas para os sobranceiros “Senhores” apenas a desdenhosa definição
... Animais Irracionais.