Rosemary Gobbo Duarte
Campinas / SP

 

 

Inércia

 

 

Olho à minha volta e não consigo ver nada
Nada além, de coisas inertes - sem vida, sem graça.
Nem mesmo o som que vem de fora
Tem a intensidade e o movimento de outrora.
Tudo parou - pausou.
Por quanto tempo? Não sei.

De repente, dissemina-se lentamente
Uma dor angustiante!
Sensação de nó na garganta, embargando minha voz.
A esse estado de espírito, os brônquios solidários
Decidem se “fechar” - falta-me o ar.

Ânimo e coragem sucumbem à tristeza
Que me abate e me impede
De seguir em frente...
É um apagar de luzes
Num instante sombrio e cadente de vida
Um fraco pulsar de um coração doente
Por um amor ausente, porém
Eternamente presente.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 173 - Julho de 2019