Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

 

Estátua de sal

 

 

A vida é um caminho cheio de curvas,
sem voltas e sem aviso de retorno.
Começar de novo em águas turvas,
Com coração magoado e morno.
Acreditar que agora vai dar tudo certo.
Encontrar uma nova passagem de acesso.
Querer estar com você outra vez por perto,
é como desejar do dia um retrocesso.
O caminho é sem retorno, mas com atalhos.
Seguir seguindo e não olhar para trás,
Quero começar de novo sem espantalhos.
Esquecer... Lembrar de você nunca mais!
Não quero ser uma eterna estátua de sal.
Não vou mais juntar meus caquinhos craquelados.
Encontrar você foi um acaso, começou no final.
Não quero reescrever meus sonhos sonhados.
Amor sem liga, sem cola, ilusório como o joio.
Bom quando começou e melhor quando acabou,
sem aplausos, sem choro e sem plateia de apoio.
Dor de amor vai doer sempre em quem amou.

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 173 - Julho de 2019