Elizabeth Maria Chemin Bodanese
Pato Branco / PR
Sementes
Plantei sementes de cuidado e de amor.
Falei das matas e das águas...
Matas e águas, hoje, contaminadas
Pela cobiça, egoísmo e ambição
Do indivíduo centro do universo!
Indivíduo “cego” e ser perverso.
Falei da doçura e do sabor
Dos frutos da terra plantados e cuidados
Por mãos calejadas de um trabalhador,
Que atropelado por máquinas, pelo trator,
Fugiu para becos em metrópoles asfixiantes,
Nos cortiços opressivos, escravizantes.
O robô, em que o ser cruel se transformou,
Não consegue ver, ouvir ou sentir
O fundo do poço em que se jogou.
Para ele, basta o prazer do presente.
O futuro da humanidade, não lhe pertence.
Plantei sementes de cuidado e de amor.
O tempo passou e nada na terra brotou...
Apesar de triste e da velhice que chegou,
A esperança não me abandonou.
Por isso, chamo você, caro leitor,
Para juntos semearmos, novamente,
Do cuidado e do amor, as sementes...
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