Denise Pinheiro Mourão
Belém / PA
Enseadas
Sinto-me tragada pelas ondas do mar.
E já não tenho esperanças que acalentem as aventuras ao alto-mar.
Despedaço-me a cada bravejar do mar.
Estou acorrentada as escotilhas da vida.
As ondas revoltas marcam minha expressão ,
Os cabelos em desalinho.
Meus olhos confirmam a paisagem desnuda,
Como faróis denunciadores,
De tanto abandono e solidão.
Submergi ao conflito interior.
E o mar me faz um acalanto.
Como a sentir minha dor.
Como entender a linguagem da minha alma?
Estou inerte, à espera do remanso final.
O mar me faz carinhos ,
O mar me possui.
Como náufraga, respiro aceleradamente
E me curvo agradecida a essa imperiosa imensidão.
Cogito a vida, e carrego no coração,
Todas as possibilidades das enseadas
Da vida.
Caminho lentamente, reencontrando-me
Sou ínfima diante os desafios diários,
De descobrir a essência do meu eu.
Concretizando a lógica da felicidade!
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