Abraão Leite Sampaio
Governador Valadares / MG


 

Dom Pedro II

O mais erudito dos governantes brasileiros


O pai... Pedro I
Deu um passo d’além-mar
Para “salvar” sua terra natal
E em seu amado Brasil nunca voltou a pisar

O filho que aqui ficou
Aos cinco já era imperador
Pela obviedade... devido sua tenra idade...
Não governou
 
Mas com um preparo excepcional 
De fato... a grande responsabilidade
Que traria glórias ao trono imperial
“Caiu” sobre seus ombros
Quando tinha apenas catorze anos de idade

E ao longo de quarenta e nove anos
Glorificou o grande Império
Que “deslizou” das mãos dos Lusitanos
Por um ato heróico de seu pai

Ademais da prosperidade e modernização
O "magnânimo", como era chamado
Deixou um legado de valores políticos e pessoais
Que deslustra até os mais ilustres republicanos
Da velha república aos dos tempos atuais

A cultura... tinha por ele uma estima respeitosa
Pesquisava com constância sobre outras nações
Com isto tornou-se um homem de vasta cultura
Apesar de conhecer em minúcias o rico idioma de Camões

Falava alemão, francês, espanhol, italiano, latim, hebraico
 E ainda teve dedicação por um que era “enraizado” aqui
Escrevia e discursava com desenvoltura
Em Tupi-Guarani

Foi um viajante incansável circulou por quatro continentes
E por ordem sua não foi qualificada como oficiais
Esta atitude espelha a idoneidade de Majestade
Porque com este ato ele teria que arcar com suas despesas pessoais 

A humildade foi um traço de sua personalidade
Confirmada por um encontro casual em um trem Austríaco...
Com o já consagrado filósofo alemão Friedrich Nietzsche  
Não se identificou como outros “Coroados” faziam
 Apenas como Pedro de Alcântara se apresentou

Quando desceu em sua estação de destino
O pensador exclama a um interlocutor
"Quem é este anfitrião possuidor desta ampla erudição?!"

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 175 - Setembro de 2019