Neri França Fornari Bocchese
Pato Branco / PR


 

Ciranda, cirandinha

 

 

Dos tempos idos, restou a saudade
Trazendo felicidade,
Com as brincadeiras de roda:
“Ciranda cirandinha” 
Como em Itamaracá
Fez-se madrinha,
A bela senhora, chamada Lia 
Tal uma frondosa acácia,
Com exuberante beleza,
Afro-brasileira,  és uma deusa.

Hoje, outros tempos, outras brincadeiras
Poucas as cantigas. 
“Entre dentro dessa roda. Diga um verso bem bonito
Diga adeus e vá-se embora”. 

Louvores a Bela Ilha, as suas mulheres
Com amor seus maridos, esperam. 
Alegres cantam, dançam
Bailando ao som das ondas do mar.
A noite amorosa, já antecipam 
Para os que trazem peixes.
Alimento milenar
Nas mesas da humanidade
No encontro,  a felicidade,
Nas refeições familiares
Ou a realizada com o Mestre
O peixe na pedra, assando, 
Com louvor, abençoando e cantando 
Ciranda imortalizada e, a Lia de Itamaracá.

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 175 - Setembro de 2019