Aliomar Costa
São Paulo / SP


 

Paz na guerra

 

 

Não adianta virar o seu rosto,
Fingindo não ver minha imagem,
Não tenho culpa por seu desgosto,
Em você ser uma covarde nesta paisagem

Se você já é comprometida,
Tente descobrir a sua felicidade,
Não adianta fazer cara de aborrecida ,
Pois jamais irei trocar minha liberdade

Nunca lhe prometi nada,
Nem esperanças pra você deixei,
Assim é a minha longa estrada,
Esquecer e passar no que nada lhe amei

Tenho por você afeição, sem paixão,
Ficar perto talvez seja deserto,
Ouço sempre a razão do coração,
Nem quero saber quem é o certo ou errado

Continue me olhando e desejando secretamente,
Se isso lhe deixa sempre feliz,
Eu sigo calmo e observador em frente,
Deixando seu lado decerto infeliz

O amor não pode ser restrito,
Nem viver em prisão eterna,
Se o seu coração vive  preso e  aflito,
O meu só quer paz no meio desta sua guerra

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 175 - Setembro de 2019