Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

 

 

Viajante da ilusão

 

No voo solitário do viajante solidário
Com as ondas que o destino reserva, impõe…
Sombras de abismo se erguem
Qual painel de ilusão formado.

Como posso explicar e entender
O que não deixa seu ninho
Nem mesmo para pagar sua conta?
Tempo desvairado de florescer.
Tempo incerto…que jamais conta.

No grande hotel da vida se instala
E do alto, as coisas, a vista estala
No flash que o instante por si mesmo exala
No hedonismo enlouquecedor de sempre, que exalta.

Onde seu grande encontro, ó viajante?!
Nunca chega seu destino derradeiro
Esse que é seu sofrer verdadeiro.
Pois é a própria morte uma viagem a mais…
E o embarque é pela porta da frente
Qual grito de dor que ecoa pelos ares
Anunciando o fim de seus pesares.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 177 - Novembro de 2019