Abraão Leite Sampaio
Governador Valadares / MG

 

 

João da Cruz e Souza

 

O pai do Simbolismo Brasileiro
Tinha uma “inquietação” poética excepcional
Que o “empurrou” a criar versos
Que se entrelaçavam com perfeição a área musical
Apesar dos leitores insistirem
Na continuidade do Parnasianismo
A capacidade criativa do poeta
Impôs o marco inicial do Simbolismo
No Brasil foi um movimento literário
Em que as editoras da época
O frearam... “soprando vento contrario”
Mesmo com vida curta
O estilo que “libertou” os poetas...
Das “amarras” técnicas e gramaticais
Que o induziam a um aprisionamento
Tornando-os seres frios e imparciais
O Simbolismo “estampou” riquezas literárias
Comprovando que as reações emocionais
Sobrepõem a objetividade, a técnica e a imparcialidade
A liberdade poética abre um caminho
Onde a imaginação “quebra” os parâmetros da razão
Mostrando que a obrigatoriedade de rimas e métricas
Elimina o “espanto silencioso” de uma criação
A criatividade não “caminha’ por linhas retas
A ela não existe tempo, espaço e direção... é explosão
Mesmo com importância e exuberância gramatical
O Parnasianismo “perdeu-se no caminho”
Devido a sua exacerbada erudição
Esta corrente literária... que “aprisionava” o poeta
Perdeu a continuidade pelo ímpeto irredutível
De João da Cruz e Souza... denominado
Poeta Negro... Cisne Negro... Dante Negro
Que buscava inspiração com o “espírito” mergulhado
Em ondas profundas de desejos irresistíveis
Mesmo com o preconceito duro e implacável
Aninhando-se de forma sorrateira no meio intelectual
O Negro... discreto, sensato e incansável
Foi um dos maiores representantes do Simbolismo Mundial
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Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 177 - Novembro de 2019