Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

Encantamento de Maria

 

 

Nunca senti na vida uma dor sem medida
Como a perda de minha mãe…
Perder-se perdendo-se, não se engane!
Jamais os dias serão os mesmos para o poeta que declama
Versos a uma mãe que partiu e avisou que partiria em dois dias…
Dois dias… Dois dias…
A rua está deserta e vazia… Os jardins da primavera sem flores…
Dos que guardam no coração a imensa saudade
Da grande despedida que me afoga em um mar de silenciosas palavras
Sangradas em sua enunciação…
Perder-se em ganhar-se na revelação de que ela
Caetana, Maria da Silva Batista de Oliveira
Está a descansar nos braços do Pai
Disso o poeta tem certeza…
Saudades, lembranças, memórias, imagens, sons, ruídos, ecos…
Me acompanharão para sempre
Pois ela soube amar-me de maneira muito especial
Um amor sem limites, sem fronteiras…
Perdoa-me, ó minha mãe, por não ter sido naquelas horas de silêncio
O grito nos teus ouvidos de infinito amor
Derramado pela eterna fonte do maior dos sentimentos…
Mãe, minha querida flor singela, a mais das belas rosas!
Cada um de seus filhos sabe de sua trajetória!
Segue firme no outro lado da história!
Que Deus a receba como uma “estrela” que veio à Terra e deu conta de seu brilho!
Maria Caetana da Silva, rainha que gerou de si
Homens e mulheres feitos de planos, sonhos e realizações…

(Homenagem póstuma à minha mãe Maria Caetana da Silva)

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 180 - Fevereiro de 2020