Paulo Amorim
Brasília / DF

 

 

Não quero acordar

 


E assim, num encanto... O meu canto, o meu céu, o meu mar e,
          Minha alma sem juízo, cheia de vontades me convencem a sonhar.
Nada posso fazer, eu me entrego. Dores, vazios, Incertezas tão certas?
          Não importam. Desatino talvez. Dileta agonia dos que amam.

Sempre foi o teu canto, meu canto. Teu céu, o meu céu e teu mar, o meu mar,
          Forasteira, alma louca sem juízo, farta de vontades,
Entre nuvens, prantos e sonhos me socorri ao cantar essas dores,
          E assim, não aprendi a deixar de gostar de você, alma rebelde.

Deleite te ver novamente, meu canto, meu céu, meu mar,
          Beijar-te e tentar te esquecer, deixar de gostar de você? Nem pensar,
Amor vadio, alma insensata, turbação,
          Nada tão forte, pode um dia ter fim.

Longínquo, esse amor dar fama perene a canção que guardo no peito,
          E em suspiros me entrego ao sonhar mais profundo.
Desagrados, nem vou lembrar,
          Cativo de Morfeu nem quero acordar.

Canteiros vestidos de branco, confundem orquídeas silentes.
          Fingindo não ver que, tal qual um menino, me entrego perdido de amor.
Em meio à saudade, adormeço iminente aos primeiros raios de sol,
          Devaneando ter teu abraço, ser o teu colo, e não mais acordar sem você.

Sim, por te amar, eu sempre acredito você vai voltar.
          Te quero, eu te amo e te clamo, difícil explicar.
Como é forte essa dor, esse amor, não preciso acordar,
          Só me aqueça em teus braços, o fim desse amor eu não quero aceitar.

 

 

 

 

Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 185- Agosto de 2020

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