Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

 

Ofelicismo

 


Hoje, o tempo perde um pouco de si
Hoje, as pessoas estão menos personificadas
Hoje, a poesia foi ferida em sua magna essência
Hoje, o concreto do abstrato perde seu tecido conjuntivo
Hoje, os números se embaralham numa paralisia matematizada
Hoje, a pressa perde-se na praça da orgânica
gramática numérica
Hoje, o sal perde-se na doçura do açúcar astronômico
Hoje, uma estrela é recolhida para fazer parte
de uma nova constelação
feita de sons, pesos, medidas, potencializações, multiplicações...
Hoje, Itabuna perde um pouco de si,
de seus calculados sofridos
e aguerridos dias
Hoje, a matemática da vida põe ponto final
na contagem da vida
de uma grande guerreira dos números,
Deixando-nos órfãos de sua potente voz disciplinar
De seu discurso feito de finos versos que deu conta na vida
De sua história bem vivida, porém interrompida,
Mas vivida com dignidade, amor e solidariedade
Hoje, ela, Ofélia, se junta à constelação de estrelas
Que brilha no infinito conjunto de estrelas,
Formando uma nova e diferente constelação
Que aqui o poeta chama de Ofelicismo...


OFÉLIA...
Orgulho, operação do amor
Fiel aos seus dignos princípios
Espetacular, especial na forma de ser e estar
Lídima, laboriosa e lindamente sincera
Imagem de mulher feita para atravessar o Jardim da Vitória
Amável, fundadora da nova constelação Ofelicismo!

 

(Homenagem feita por Romilton à inesquecível amiga e professora Ofélia!)

 

 



Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 188 - Novembro de 2020

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
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