Paulo Amorim
Brasília / DF

 

 

 

Viver sem o tempo perder

 


Ao me tocar, um sim nos invade,
Sem combinar, sem nada dizer nos entranhamos.
Em nosso leito, enquanto te amo, te enlambuzas de mim
Eu gosto... impudico, me deixo, intenciono ficar.

Mas só por hoje, amanhã, remoto de ti,
O Sol e a vista para o mar, me faça repensar.
Bobagem... Repensar o quê? Se é em você e nesse amor,
Que me perco, me espalho e morro, ali, sozinho em ti, quero mais.

Teus olhos, habilidosos em me fazer desnascer,
Até me beijam sem que toque meus lábios
E eu sorrio, meu bálsamo, minha ventura
Deleitando em teu corpo, me consagro, como rio no mar.

Tua boca inquieta me conta, sem fala, um canto de amor.
De novo te abraço e meus olhos se fecham
Teus lábios me guiam no escuro do instante, me rendo,
E sinto uma brisa, que me liberta e me arrefece.

Deitar em teu leito, nesse corpo desnudo,
É rogar para queimar, arder em lascívia,
Tremer em dois corpos, mergulhar no mais fundo prazer de viver.
É isso... é viver sem o tempo perder

Amo-te e teu amado sou, em ti me abraso,
Ardo, vivo, apronto, comigo é assim, não te poupo,
Apenas vivo, procuro e me encontro com a paz do meu hoje,
Respiro-te , minha terra, minha água, meu céu.

Agora, cansado, só quero dormir,
Sonhar contigo,
Que ao me tocar, um sim nos invade e
 minh’alma, novamente, se entrega feliz.

 

 

 

 




Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 195
Junho de 2021

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