Maria Rita de Miranda
São Sebastião do Paraíso / MG

 

 

Ah, o amor!

 

Ah! O amor...
Nasce quando os hormônios afloram
vem com um desejo avassalador
de estar sempre perto da pessoa amada.
Vontade do toque mútuo,
juntos ver o tempo passar.
Acreditar com toda intensidade
que ele é eterno (pelo menos enquanto durar)

Ah! O amor... Traiçoeiro.
Escasseia à medida que os hormônios declinam.
Os defeitos da pessoa amada se revelam:
manias, implicâncias, ironias
são motivos de discussão ou,
mais grave ainda, de indiferença.
Ficar perto por muito tempo, que incômodo!
A proximidade desaparece.

Ah! O amor...
Palavra tão distinta e ligada a hormônio.
Cessa este, diminui o primeiro.
Onde ficou toda graça da convivência?
Em que nuvem se esconderam as confidências?
E as voltas ardentes depois das brigas
se já não há nenhuma?

Ah! Do amor...
Resta a saudade do que fomos e sentimos antes.

 

 

 




Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 197
Agosto de 2021

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