Anchieta Alves de Santana
Uruçuí / PI
Canto doméstico
Para cantar o meu berço
Motivações tem aos milhares
Tem o Parnaíba em sua lida
Tem o timbre da lira que entoa a paz
...E, no fim de tarde, a conversa
[nos banquinhos da matriz...
Tem o sorriso da menina faceira
Genitoras cuidando dos seus rebentos
Tem o padre, o pastor e a freira
E a prece da Virgem que acalenta...
Tem a chuva para a colheita
E a face multicor da nossa gente.
Tem a prosa e o encanto poético
Dias de calor e noites frias de verão.
Tem missas, cultos e festas profanas...
E a boa cachaça no bar da esquina...
Tem o Marrecão para o futebol
O pescador iscando o alimento
Tem os encantos do arrebol
E a brisa suave que, a alma, acalenta
Tem escolas da vida e seus protocolos
E um misto de gente taciturna/contente.
Mas, meu recanto já não conta
Com tantas coisas do passado
A primeira praça, o cais, os casarões...
Brincadeiras de roda, o Divino, o Reisado...
Os barcos e o vigor da navegação...
Tudo isto, virou alimento da saudade...
Mesmo assim ainda canto
Pincelando com tintas poéticas
Os encantos que ainda restam
No lugar majestoso onde nasci.