Anchieta Alves de Santana
Uruçuí / PI

 

 

 

Canto doméstico

 

 

Para cantar o meu berço
Motivações tem aos milhares
Tem o Parnaíba em sua lida
Tem o timbre da lira que entoa a paz
...E, no fim de tarde, a conversa
[nos banquinhos da matriz...

Tem o sorriso da menina faceira
Genitoras cuidando dos seus rebentos
Tem o padre, o pastor e a freira
E a prece da Virgem que acalenta...
Tem a chuva para a colheita
E a face multicor da nossa gente.

Tem a prosa e o encanto poético
Dias de calor e noites frias de verão.
Tem missas, cultos e festas profanas...
E a boa cachaça no bar da esquina...

Tem o Marrecão para o futebol
O pescador iscando o alimento
Tem os encantos do arrebol
E a brisa suave que, a alma, acalenta
Tem escolas da vida e seus protocolos
E um misto de gente taciturna/contente.

Mas, meu recanto já não conta
Com tantas coisas do passado
A primeira praça, o cais, os casarões...
Brincadeiras de roda, o Divino, o Reisado...
Os barcos e o vigor da navegação...
Tudo isto, virou alimento da saudade...

Mesmo assim ainda canto
Pincelando com tintas poéticas
Os encantos que ainda restam
No lugar majestoso onde nasci.

 

 

 

 





Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 197
Agosto de 2021

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
Anote camarabrasileira.com.br/apol197-013.html e recomende aos amigos