Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS

 

 

Abandono

 

Seus olhos fitam o teto do quarto
Relicário de um corpo solitário,
Abandonado, sem ânimo e calor
Que não se conforma com a solidão.

Os pingos da chuva caem em dissonância 
Com aquela alma desperta, viva e enclausurada.
Eles caem pelo abandono,
De tudo que era, e que fazia sentido.

Perdeu pessoas que amava,
A saúde, a esperança, a alegria
Os objetivos de vida,
A empatia com a felicidade.

Aos poucos foi se entregando
Esvaziando-se de tudo  que a mantinha
Viva, feliz, empolgada com o futuro.
Hoje o futuro anuncia só amargura.

 

 

 

 




Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 203
Fevereiro de 2022

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