Oelton Medeiros dos Santos
Marabá / PA
Enchentes de inações
Chuvas de Janeiro,
holofotes da imprensa,
desnuda a frieza manifestada da desgraça alheia,
alma seca,
fórmula da minha reprovação.
Senhores da Casa-grande,
da Pioneira, Cidade Nova e Nova Marabá,
somos um só corpo...
massa, tendo ou não vida,
unidos pela mesma argamassa.
A senzala geme,
na noite fria e escura,
barriga vazia, ronca...
pingos de caráter,
na casa de marimbondos.
Nossa pobreza e desunião,
natureza morta,
nem quente e nem frio,
assédio da fé,
limites ultrajados.
Coração e pele impermeável,
Corregos e os Rios pelados,
desejos sem grilos,
raios dourados,
no alvor do dia, em Marabá.