Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA
Um lugar chamado saudade
Tem dias que a gente se sente sem norte,
Nenhuma bússola é possível…
Tem dias que a gente percebe que algo está fora de lugar
As palavras, os gestos, os sons, o ar, a chuva que cai…
Tem dias que tudo perde o seu costumeiro sentido:
O dia surge sem nenhuma novidade
A noite entra com estranha efemeridade
E uma angústia bate no peito da gente
Afastando-nos de nós mesmos…
Tem dias que precisamos fechar a porta,
Desligar a televisão, sair de cena…
Desabitar-se…
Desvincular-se do tempo e do espaço que nos aprisionam,
Mergulhar num estado sem fronteiras e sem pontes ideológicas
Onde não há lugar para nenhuma voz humana
Restando apenas a nossa própria voz: fria, singular e fora de lugar…
De repente nos damos conta do tamanho do vazio
Que torna a existência humana quando um estranho “eu”
Resolve nos visitar, um desconhecido eu…
Que nos invade sem nenhuma permissão…
Vindo de bem longe…
De um lugar chamado Saudade.
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