Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS

 

 

 

Morrer aos poucos

 

É não ter companhia
Para dialogar,
Dividir a mesa nas refeições.
Não ter um olhar cúmplice.

É passar noites insones.
Ouvir todos os sons da madrugada,
Dormir durante o dia
Por falta de propósito.

É sentir a vida como peso.
Perder a alegria das coisas simples.
Não se encantar com a natureza.
Ter as janelas da alma sempre cerradas.

É não agradecer o dia que amanhece.
Desprezar a flor que desabrocha.
Não se encantar com a vida que nasce
Porque o coração é túmulo de emoções.

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "O amor será eterno novamente..." - Março de 2019