Maria Rita de Miranda
São Sebastião do Paraíso / MG

 

Ah! O amor...

 

Ah! O amor...
Nasce quando os hormônios afloram.
Vem com um desejo avassalador
de estar sempre perto da pessoa amada.
Vontade de se tocar mutuamente,
juntos ver o tempo passar.
Acreditar com toda intensidade
de que ele é eterno (pelo menos enquanto durar)

Ah! O amor... Traiçoeiro.
Diminui à medida que os hormônios diminuem.
Os defeitos da pessoa amada aparecem.
Manias, implicâncias, ironias
tudo incomoda e é motivo de discussão.
Ou, mais grave ainda, de indiferença.
Ficar perto por muito tempo
torna-se insuportável.
O toque mútuo desaparece.

Ah! O amor...
Palavra tão diferente e ligada a hormônio.
Cessa este, diminui o primeiro.
Onde ficou toda graça da convivência?
Em que nuvem se escondeu as confidências?
E as voltas depois das brigas
se já não há nenhuma?

Ah! Do amor...
Resta a saudade do que fomos e sentimos antes.

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro Os mais belos Poemas de amor - Edição 2019 - Setembro de 2019