NESTA
EDIÇÃO: |
Edição nº 30 - 2 de Agosto de 2013 |
Fonte
de referência de Literatura Brasileira para Novos Autores |
O
que é um Soneto? |
Soneto
(do italiano sonetto, pequena canção ou, literalmente, pequeno
som) é um poema de forma fixa, composto por catorze versos.
Acredita-se que o soneto foi criado no começo
do século XIII, na Sicília, onde era cantado na corte
de Frederico II Hohenstaufen da mesma forma que as tradicionais baladas
provençais. Sua invenção é atribuída
a Jacopo da Lentini (ou Jacopo Notaro). |
1 - Soneto italiano ou petrarquiano: apresenta duas
estrofes de quatro versos (quartetos) e duas de três versos (tercetos); Para além destas formas, pode haver o acrescentamento (geralmente de três versos) feito aos 14 versos de um soneto. Este acrescentamento é chamado de estrambote e o poema passa a chamar-se soneto estrambótico. O termo deriva do italiano strambotto ("extravagante, irregular"). Uma vez que o soneto é caracterizado exatamente como um poema de 14 versos — tradicionalmente dois quartetos e dois tercetos —, o acréscimo de um ou mais versos no final do poema (de acordo com a conveniência do escritor), faz da obra um soneto irregular — estrambótico, como usado, por exemplo, por Miguel de Cervantes . |
LÊDO
IVO |
Lêdo Ivo Em Recife (PE), para onde se transferiu em 1940, continuou seus estudos e passou a colaborar na imprensa local, o que lhe proporcionou conviver com os intelectuais daquela cidade. Dedicou-se à vida literária, participando do I Congresso de Poesia do Recife em 1941. Em 1943, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil e passou a colaborar em suplementos literários e a trabalhar na imprensa carioca, como jornalista profissional. Foi redator da “Tribuna da Imprensa” e da revista “Manchete”, colaborador de “O Estado de São Paulo” e editorialista do “Correio da Manhã”. Seu primeiro livro de poesias, “As imaginações”, foi lançado em 1944. Formou-se em 1949 pela Faculdade Nacional de Direito, mas nunca advogou, preferindo continuar exercendo o jornalismo. Em 1982, Lêdo Ivo foi distinguido com o Prêmio Mário de Andrade, conferido pela Academia Brasiliense de Letras ao conjunto de suas obras. Em 1986, recebeu o Prêmio Homenagem à Cultura, da Nestlé, pela obra poética. Eleito “Intelectual do Ano de 1990”, recebeu o Troféu Juca Pato do seu antecessor nessa láurea, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. Lêdo Ivo é considerado uma das figuras de maior destaque na moderna literatura brasileira, notadamente na poesia. Seu romance Ninho de cobras (1973) foi traduzido para o inglês, sob o título “Snakes’ Nest”, e em dinamarquês, sob o título “Slangeboet”. No México, saíram várias coletâneas de seus poemas, entre as quais “La imaginaria ventana abierta”, “Oda al crepúsculo”, “Las pistas e Las islas inacabadas”. Em Lima, Peru, foi editada uma antologia, “Poemas”, e na Espanha saiu a antologia “La moneda perdida”. Eleito em 13 de novembro de 1986 para a Academia Brasileira de Letras, Cadeira nº 10, sucedendo a Orígenes Lessa, foi recebido em 7 de abril de 1987, pelo acadêmico Dom Marcos Barbosa. |
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Sonetos
de Lêdo Ivo |
SONETO
DE ABRIL
Agora
que é abril, e o mar se ausenta, Em
mim, o teu espírito apresenta Agora
que é abril, e vão morrer amar-te
uma só vez todas as vezes
À
doce sombra dos cancioneiros versos
de minha vida, que os primeiros Sôbolos
rios que cantando vão irei,
levando uma mulher comigo,
Não
sou viril somente nas poesias. Disseste
que comigo casarias Minha
morena até dizer que não, Sou
macho e brasileiro, coração:
A João Cabral de Melo Neto Nuvem
no céu do nunca, nem tão branca Não
pude amá-la, pois não era franca Bruma
de carne, em vão céu de tormento, Nunca
foi minha, e só em pensamento
Que
o tempo passe, vendo-me ficar Passem
rios, estrelas, que o passar Que
eu mesmo, sendo humano, também passe Fez-me
a vida talvez para que amasse
Aquela
tarde em que eu estava em Roma, Assim
são sob o sol todas as tardes: Sob
o sol que declina, aqui estou Roma
dos obeliscos e sarcófagos! |
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