Neri França Fornari Bocchese
Pato Branco / PR




A viagem dos sonhos


               

Viajar, a razão de um viver. O desejo, remonta a aurora da vida. Andar, por outras paragens, apreciar paisagens diferentes, conversar com quem até então era um desconhecido, sempre permeou o querer humano.

- Para a onde vamos?

Vamos escolher um lugarejo bem diferente desse de onde estamos. Assim o prazer do desconhecido vai nos proporcionar, mais alegria.


Foi preciso idealizar um itinerário. Comprar as passagens, escolher e reservar o hotel. Dentro dos conformes, foi tudo resolvido. Agora, é só aprontar a mala, e aguardar a data. Não vamos levar muita coisa. Se precisarmos, compramos lá, desde calçados ou até alguma peça de vestuário. A roupa, é interessante levar o mínimo, também assim já trazemos na volta novidades.  Peças novas para o nosso vestuário e, de outro país.

A euforia era grande, seria uma viagem dos sonhos, pois depois de tanto tempo de reclusão a liberdade está de volta. É uma sensação interessante parece a conquista da maturidade quando se pode tirara a Carteira de Motorista.

Ainda as pessoas que encontraríamos seriam especiais, pois nesse local haveria um Congresso Literário. Algumas delas, já conhecidas de outras paragens.

Os dias que antecederam a data marcada foram quase intermináveis, pareciam que tinham bem mais do que vinte e quatro horas.

As taxas todas depositadas. Foi preciso renovar o passaporte, agora em dia.  Para isso mais uma pequena viagem: ir até a fronteira com a Argentina, um lugar bonito, e daria também para fazer algumas compras e trazer bons vinhos para casa. Ou então ir até Chapecó estado vizinho do nosso onde é possível fazer a renovação. E, nessa cidade visitáriamos o nosso filho e sua família que lá mora.  Fizemos as duas pequenas viagens já que o espírito viageiro ansiava por movimentação rodoviária. O passaporte foi renovado em Chapecó porque seria mais rápido. Como na nossa cidade os voos aéreos estão suspensos desde a pandemia, fomos de transporte rodoviário até Curitiba, a capital do Estado. Pousamos num hotel próximo ao Aeroporto Afonso Pena que fica no munícipio de São José dos Pinhais.

Enfrentando as filas, a mala despachada. Essa vez, pelas resoluções tomadas o peso estava bem abaixo do exigido.
Embarcamos, e como sempre o pessoal de bordo muito solícito.  A decolagem se deu tranquila sem nenhum medo.

O almoço muito bom, acompanhado de um bom vinho francês.

Os preparativos para o desembarque, também excelentes. O arremesso sem muito barulho. Na hora de desatar o cinto, a surpresa. Até um suspiro de contradição.

Foi tudo um sonho!!! Olhos bem abertos, era o mesmo quarto, o mesmo travesseiro!!!

Enfim, estamos precisando mesmo viajar.




 




Conto publicado no livro: "Contos de Amor"- Edição 2022
Julho de 2022

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