Suzi de Cougo Souto
Florianópolis / SP
Nosso menino
Essa é uma história pequena que vou lhes contar! Às vezes tem rima, mas em outras não! E não sei por que coloco tanta exclamação! A primeira vez que escutei a vó falar, fiquei a imaginar, se esta fala condizia com meu olhar!Tudo bem era um menino, mas tinha o seu nome, então porque não falar?
Ele tem algo no olhar, que não consigo expressar! Como assim se ele não consegue enxergar? Sorri com minha indagação. Eles são de um azul tão lindo, que parecem enxergar muito além do nosso olhar. E para dificultar ele também não consegue escutar!
Recordo daquele dia que o vi chegar, de mãos dadas com a sua professora à sala de aula adentrar e no colchonete se acomodar. Ficamos a conversar, sobre que materiais confeccionar e quando fomos perceber, você não conseguia se conter e ousadas gargalhadas dava pois em uma conversa consigo estava e com suas mãos gestuava. Confesso que não aguentei e com tal visão eu chorei!
Os estudos começaram e a surdocegueira fui pesquisar para mais tarde sua professora orientar, metodologias fui buscar para um trabalho responsável poder elaborar. Os dias foram passando e nem sei quantos sinais ensinamos e por você nos apaixonamos, por mais difícil que fosse seu dia, um sorriso sempre surgia nos mostrando que viver é sempre lindo, que sua limitação não o deixava abater.
Mas uma coisa, necessito registrar! Fica difícil até de contar, nosso menino é um guerreiro e que todos os dias vai desbravar, a selva da sala de aula. Só temos a agradecer todo o aprendizado é nosso, e com “esse menino” eu nem posso! As palavras vão terminando por aqui!
Anos irão passar e você vai continuar a brilhar! Suas mãos a libras irá gestuar, o Braille a escrita irá registrar e o nosso menino sua história irá contar!
Regulamentos
