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Literatura de Cordel

Futebol e Literatura de Cordel

Thelma Regina Siqueira Linhares
Professora e Pesquisadora de folclore
Recife, julho/2006
thelmalinhares@bol.com.br

Prejuízo pequeno. Assim se referiu o editor Nado Folheteiro, de Gravatá, ao falar sobre a Copa do Mundo de Futebol, quando o Brasil, mundialmente favorito, foi desclassificado nas oitavas de final, na Alemanha. Folheto pronto, Brasil na Copa 2006, do professor Carlão, aguardava momento oportuno para ser publicado e comercializado nas feiras, mercados e espaços de cultura popular. O sonho do hexa ficou adiado para daqui há 4 anos, enquanto o texto escrito, sem viabilidade comercial, uma vez que retratava uma situação histórica específica, destinou-se ao ostracismo... É o folheto, em pleno século XXI, desempenhando funções de narrativa, linguagem poética, meio de comunicação e informação.

O Brasil na Copa 2006, que transcrevo abaixo, foi adquirido em originais com o editor Nado Folheteiro, em sua banca na feira de Gravatá, cidade do Agreste pernambucano, situada a 84 km do Recife, via BR 232. Semanalmente, aos sábados, esse senhor arma sua banca na feira, expõe e vende os folhetos, de autores antigos e contemporâneos.


Sr. Nado Folheteiro, em sua banca de folhetos, na feira de Gravatá/PE.

O folheto Brasil na Copa 2006 é de autoria do poeta profº. Carlão (Carlos Fester), do CEEET e seria editado pelo Sr. Nado Folheteiro, conforme anotações manuscritas, no original xerocado, que adquiri. Como perdeu o valor comercial, não seria editado. Considero uma pena permanecer desconhecido, pois é uma produção acabada de um momento de criação do poeta popular. E, por contemplar o tema enfocado no presente artigo, transcrevo-o abaixo, integralmente e com os devidos créditos.

BRASIL NA COPA 2006 (*)
Autor: Profº Carlão (CEEETA)

E chegou 2006
É tempo de seleção
E também Copa do Mundo
O Brasil é união
Festa não é só aqui
O mundo presta atenção

Nossa chave é perigosa
Tem Croácia e tem Japão
Não brinque com esses times
Ou melhor é seleção!
O Japão quem manda é Zico
Pode ser bicho papão

E quem gosta dessa Copa
É político ladrão
Todo mundo esquece tudo
Da mulher, da profissão
Vamos todos “se ligar”
Você é um cidadão

(2)
Marido deixa mulher
Dizendo que vai voltar
Cedo ou tarde em chegarei!
Mas não vai me enrolar!
Diz que tá na Alemanha
Mas tá na mesa dum bar

Tudo é uma loucura
Assistir a seleção
Se não tem tv em casa
O vizinho é solução
Se não tem vizinho por perto
O raidinho já tá na mão

E na chave do Brasil
A Austrália é a mais fraca
Ela já “pediu penico”
O Brasil é gol de placa
Só vamos cumprir tabela
Nosso time é “chuta lata”

(3)
Nós temos Ronaldo agora
É o novo Ronaldinho
Todos dois são bem cangulos
Um é branco outro é pretinho
E os seus adversários
Ficam tudo caladinho

Tem Cafu, Roberto Carlos
Tem Kaká, tem Adriano
É Lúcio, Juan e Dida
Goleiro que é baiano
Tem Emerson também Mineiro
E Juninho Pernambucano

O hexa é quase certo
É apenas esperar
Se depender da torcida
A taça já vem pra cá
Mas tem uma Argentina
Vou jogar ela pra lá

(4)
Argentina é Argentina
É grande a rivalidade
Na Copa ou fora dela
É uma dificuldade...
Mas no fim dá mais Brasil
É uma tranqüilidade

A Itália é pesadelo
A França é de 3 a 1
Quando nos lembramos delas
Dá aquele “zum, zum, zum”
Mas passado é só passado
Nosso time é incomum

A seleção no gramado
Ela é uma correnteza
Sai derrubando é tudo
Campeão é com certeza
Mas fique bem preparado
Pra danada dessa zebra

(5)
E no dia da final
É aquela emoção
Morre gente de derrame
E até do coração
Vamos assistir o jogo
Mas cuidado com a pressão

É 180 milhões
De brasileiros torcendo
Fomos em todas as Copas
A história ta dizendo
De Garrincha a Ronaldinho
Estamos sempre vencendo

Existe um bom ditado
Desse povo que é guerreiro
A Seleção Canarinho
Tem um santo milagreiro
E dizem numa só voz
“Nosso Deus é brasileiro”

(6)
Torça sim, mas não aposte
Brinque com sua família
Solte fogos, dê risada
Pule na sua mobília
Não abuse, não deboche
A alegria se partilha

Eu não sei do resultado
A Copa tá no começo
Todo mundo joga bem
Podemos dá um tropeço
O Brasil tá muito bom
Mas se perder esmoreço

O chute maior do mundo
É o de Roberto Carlos
Adriano imperador
Joga até nos intervalos
Kaká dribla 2 em 1
É difícil superá-los

(7)
O Brasil é adorado
Por qualquer outra nação
Todos eles têm seus times
Mas o Brasil é paixão
Com exceção da Argentina
Do Brasil não gosta não!

Boa sorte meu Brasil!
Meu Brasil do coração!
Vou torcer por meu Brasil
Ser um hexa-campeão
E vamos gritar bem alto
MEU BRASIL É CAMPEÃO!

Cordel é cultura viva
Aprender com diversão
Realçando o esporte
Levando a informação
A quem não gosta de ler
O cordel é solução

FIM


(*) Editor: Nado Folheteiro
Autor: Carlos Fester (Profº Carlão) - (CEEETA)

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O tema futebol não é novidade na literatura de cordel. José Soares, o Poeta Repórter, escreveu O Futebol no Inferno, onde narra uma melhor de três, entre o time de satanás e o quadro de Lampião. No jogo anterior, empataram em cem a cem. Com certeza, um jogo muito difícil, tanto para os jogadores, quanto para a torcida... A capa, em xilogravura, apresenta dois jogadores e uma bola. Assinada por M.

O FUTEBOL NO INFERNO
Autor: José Soares
O Poeta Repórter

(1)
O futebol no Inferno
está grande a confusão
vai haver melhor de três
pra ver quem é campeão
o time de satanás
ou o quadro de Lampião

Lampião ganhou um turno
Satanás outro também
no Domingo que passou
empataram em cem a cem
agora melhor de três
vai ser Domingo que vem

Nas profundas do Inferno
aonde se vê um mó
de 2-3-4 mil diabos
a conversa é uma só
os torcedores falando
assunto de futebol

(2)
Torcida do inferno
diz que o jogo está perdido
porque Lúcifer não joga
devido está contudido
e o supervisor Concriz
anda muito aborrecido

O jogo era Quarta-feira
porém Lampião não quiz
além disso ele só faz
o que lhe vem ao nariz
e porisso o pau cantou
na escolha do juiz

Porque satanás queria
que o juiz fosse Cancão
e essa escolha também
não agradou Lampião
que ficou mais irritado
do que cavalo do cão

A.C.B.I. do inferno
quis suspender o torneio
porém a rádio profundas
opinou para um sorteio
já dizem que na loteca
vai dar coluna do meio

(3)
Quando fizeram o sorteio
juiz deu Berimbau
Lampião disse pra ele
eu toda vida fui mal
apite o jogo direito
se não quiser levar pau

Depois o rádio profundas
por ordem de Capatás
anunciava através
do locutor Barrabás
dizendo a escalação
do time de satanás

O goleiro do inferno
chama-se Dr. Buçu
o beque central Peitica
o volante é Papacú
pra ser quarto zagueiro
estão procurando tú

O tripé de meio campo
tem o diabo Rabichela
o ponta direita é Bimba
na esquerda Caçarola
o armado é cão côxo
que é Côxo mais joga bola

(4)
Vejam só a escalação
do time de Lampião
Curisco, Chapéu de couro
Maritaca e Capitão
Sucuri e Pé de Quenga
Tarraspado e Tira a Mão

O campo no inferno
tem muita decompostura
mil metros de comprimentos
por quinhentos de largura
as traves de oitenta metros
por setenta de largura

No time de satanás
só joga quem tiver marra
quando vão bater o penâlti
o goleiro sai da barra
ele mesmo chuta a bola
corre e ainda agarra

O juiz apita nú
com a mão no bulso furado
são dezoito jogadores
nove para cada lado
e todo diabo lá
assiste o jogo sentado

(5)
O campo tem quatro barras
mas só jogam dois goleiros
jogam cinco no ataque
na defeza dois zagueiros
e lá as arquibancadas
eles chamam de poleiros

Por jogarem com cem bolas
deixam a defesa indecisa
e se um cão segurar
o outro pela camisa
recebe o cartão vermelho
e leva mais uma pisa

E tem mais outro detalhe
no time de Lampião
jogador usa chuteira
porém não usa meião
e se fizer gol de cabeça
o juiz apita mão

Toda vez que sai um gol
não botam a bola pro meio
lá não tem tiro de meta
dois toques nem escanteio
o intervalo do jogo
eles chamam de recreio

(6)
São dez juiz reservas
que ficam de prontidão
os trajes são diferentes
pra não haver confusão
joga um time sem camisa
e outro sem calção

Lampião só joga bruto
bem na base do chinelo
Domingo ele disputou
uma bola com Pinguelo
fez a falta e Berimbau
lhe deu cartão vermelho

A torcida gritou penâlti
começou a sacanagem
Lampião olhou pro árbitro
com a cara de selvagem
e Berimbau não deu penâlti
porque não teve coragem

O time de Lampião
só ganha jogo na marra
a equipe que perder
é quem vai fazer a farra
e os cartolas assistem
o jogo em cima da barra

(7)
A bola pesa cem quilos
e é de aço maciço
se um jogador for expulso
leva um caçete roliço
e quando o jogo termina
toma um bom chá de sumiço

Quem torce por Lampião
entra no campo de graça
mas pra passar na roleta
precisa ter muita raça
e lá dentro ainda ganha
um picolé de cachaça

Lá não existe barreira
E nem tem tiro esquinado
o quarto zagueiro lá
se chama beque sentado
e quem tocar no juiz
é expulso do gramado

Se um juiz marca penâlti
na barra de Lampião
ele manda os cangaceiros
acabarem a confusão
e ainda vai bater
penâlti na barra do cão

(8)
São quarenta mil soldados
armados de mosquetão
o juiz apita o jogo
com uma granada na mão
pra sacudir no primeiro
que fizer reclamação

Lampião quando se zanga
dar até no delegado
o jogo dura três dias
e se o juiz tá cansado
corre para o túnel e dar
o jogo por encerrado

Querem adiar o jogo
para o dia de juízo
porque quando chove muito
a renda dar prejuízo
pensam até em transferir
o jogo pro paraíso.

FIM

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Datado de 2005, Abdias Campos, escreveu Racismo no Futebol, onde discute o racismo e preconceito no futebol, motivado por fato real entre jogador brasileiro e argentino. A capa traz uma xilogravura de Dila, de Caruaru/PE, onde se vê um jogador negro, chutando a bola.

RACISMO NO FUTEBOL
Autor: Abdias Campos

(1)
Neste folheto de versos
Minha homenagem singela
Aos jogadores negros
Que sofrem com a mazela
Do racismo inoportuno
De decadente tabela

Vamos fechar a janela
Na cara dessa vergonha
Combater com veemência
A atitude bisonha
do racismo que apregoa
A jogada mais tristonha

Em todo canto do mundo
Tem-se ouvido um grito só
Do gramado à arquibancada
O campo de futebol
Virou palco de racismo
Que chegamos a ter dó

(2)
Dó de saber qu’inda há
Dentro dos seres humanos
Esses sentimentos podres
Que provocam desenganos
Quando nos julgamos mais
Mais nos tornamos insanos

Jogam bananas no campo
Quando o negro jogador
Pega a bola e vai
Com seu jeito driblador
Encantando aos que sabem
Quais os meandros do amor

A vida não pede cor
Para aquele ou para aquela
A quem pintou nesse quadro
A mais bonita aquarela
Trazendo a arte da bola
Por entre as traves da tela

(3)
Entretanto esta querela
Da cor da pele da gente
Parece ter importância
Para muitos que a mente
Infelizmente parou
Nada enxergou pela frente

Tem francês na Inglaterra
Brasileiro na Espanha
Tem negro por toda a parte
Que com sua arte assanha
A sanha dos infelizes
Matizes da artimanha

Aqui, os vizinhos nossos
Nossos irmãos argentinos
Coitados parecem cegos
Em seus loucos desatinos
Confundido entre as cores
“Los irmanitos bambinos”

(4)
Chamam Grafite de negro
Negrito sim, sim sinhô
Negrão que é bom de bola
Exemplo de jogador
Que tem o vício de ser
Um grande goleador

Mas quem repara na cor
Para se posicionar
Dificilmente consegue
A outro identificar
Tenta vê, mas não há luz
Para que possa enxergar

Somos irmãos uns dos outros
Preto, amarelo, branquinho
O preconceito, sim, erra
Por desviar o caminho
Nunca acertará o gol
Porque só joga sozinho

(5)
Quem pensa que é maior
Sofrerá a queda imensa
Pois sua alma flutua
Numa camada suspensa
Sem base nenhuma vive
A mercê dessa doença

Futebol arte do povo
Para o qual foi coroado
Um negro que até agora
Não pode ser igualado
Em virtude do que fez
Quando esteve no gramado

Como é que então essa gente
Comete tanta asneira
E ainda assim consegue
Repetir essa besteira
À frente de autoridades
Que não saem da cadeira?

(6)
Mas houve uma vez primeira
Foi um homem/delegado
Que pôs a mão num sujeito
Jogador intitulado
De xerife na Argentina
Que perdeu seu rebolado

O dito foi acusado
De racismo em pleno jogo
Tentou se sair por cima
Mas acabou com o fogo
Quando se viu enjaulado
Sob a custódia do rogo

Esses processos deviam
Ser de fácil conseqüência
Agrediu com preconceito?
Depois de tomar ciência
A justiça prescrevia
Receita de consciência

(7)
Ao invés de uma prisão
Entre paredes escuras
Essas pessoas, por lei
Que atingissem criaturas
Teriam que aprender
A viver suas culturas

Seus costumes ancestrais
Suas danças, a comida
Seus cantos e vestimentas
Seus sotaques, sua lida
Seus motivos de alegria
A sua dor contraída

Levariam-na a um quilombo
Um gueto remanescente
Entregaria ao chefe
Um conselheiro da gente
Que se perde quando fala
Mas se cala quando sente

(8)
Deixaria o meliante
O tempo que precisasse
Até ele alcançar
A transformação da face
Ao invés do preconceito
A este ele rejeitasse

No futebol, na escola
No campo e na cidade
Na beira-mar, no Sertão
Que a nossa felicidade
Seja de ter nosso irmão
No mesmo pé-de-igualdade

Racismo: cor da maldade
Do infeliz que o conduz
Ainda bem que existe
Pela remissão da cruz
Perdão à quem se arrepende
Pela graça de jesus.

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Entendendo a literatura de cordel como meio de comunicação, sintonizada com os fatos cotidianos, há um folheto de Davi Teixeira, em cima de um mote que lhe dá título: Ronaldo e sua gordura estão dando o que falar. Ilustrado por Jobson, traz um desenho de Ronaldo, o Fenômeno.

RONALDO E SUA GORDURA
ESTÃO DANDO O QUE FALAR

Autor: Davi Teixeira

(1)
São milhões de brasileiros
De olho na seleção
Sempre prestando atenção
Olhando o tempo inteiro
O Brasil só tem guerreiro
A taça foram buscar
O nove tem que jogar.
Para mim virou frescura,
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

Brasil desclassificado
Dessa vez fico doente
Vamos torcer minha gente
Esquecendo o passado
Nós estamos preparados
Só para a gente lembrar
A imprensa vai mostrar
Novamente sem censura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

(2)
Esse jogo vai ser quente
Todos nós queremos ver
Na TV aparecer
Todo povo sorridente
Jogadores competentes
Só não querem demonstrar
Para ninguém comentar
Pra não fazerem mizura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

Um rezador do Sertão
Vai ficar sempre rezando
Para Deus ficar olhando
Para nossa seleção
É bom ter um guardião
Não podemos vacilar
Até tudo terminar
É uma tremenda tortura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

(3)
No jornal tá estampado
Tem gente já comentando
Que o Brasil só tá matando
Eita Parreira arretado
Aqui no nosso estado
Agente só faz vibrar
Nós deveremos cobrar
E sem deixar no pendura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

Porque não botar Robinho
Um garoto tão esperto
Com certeza vai dar certo
Pedala tão direitinho
Fica no banco quietinho
Doidinho para entrar
Parreira tem que mudar
Robinho é arte pura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

(4)
Quando Lula perguntou
“Ronaldo está pesado?”
Isso já ta publicado
A conversa já mudou
O Parreira informou
Quis logo desconversar
Não precisa nem mandar
Ele faz gol com fartura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

Vi chorar um jogador
Da seleção foi cortado
Porque tava machucado
Mas é grande seu valor
Do Brasil é defensor
Mas ainda vai voltar
Não querendo escutar
Com uma palavra tão dura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

(5)
O Diego Maradona
Um gaiato conhecido
Nas drogas ficou perdido
Só vivia pela zona
É uma tremenda bixona
Só gosta de rebolar
Ainda vai espalhar
E com as mãos na cintura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

Pra ele quero dizer
Para abaixar sua crina
Com essa língua ferina
De nada vai resolver
Tá querendo aparecer
Com fofoca alterar
E pra poder abalar
Fazendo disso aventura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

(6)
No banco tem jogador
De grande velocidade
Com muita capacidade
O Juninho matador
Esse é goleador
Pra aumentar o placar
Ele não quer misturar
O futebol com amargura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

Ronaldo não está gostando
Desse grande falatório
Vendo todo território
Com muita gente falando
Mas ele está no comando
Fez a rede balançar
Ele só quer acabar
Agora nessas alturas
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

(7)
Ronaldo falou em rede
Sobre esses comentários
Dizendo não sou otário
Não me bota na parede
Eu ainda tenho sede
De gol, eu não vou falhar
Ao invés de elogiar
Toda a minha bravura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

A imprensa fez pressão
Sempre botando defeito
Ninguém jogava direito
Mostrando a população
Ronaldo fez no Japão
Pro mundo não duvidar
Agora vão se calar
Esse caso já tem cura
Ronaldo e sua gordura
Estão dando o que falar.

FIM

Como conclusão deste artigo, afirmo que o folheto continua sendo um instrumento da mídia, que procura estar antenado à atualidade. Não abandona sua forma poética, mesmo quando narra ou disserta sobre acontecimentos e/ou fatos reais, que reforçam as características próprias desta literatura de cordel. Possui um público fiel, seja para se deleitar com a leitura ou escuta de seus versos, seja como objeto de pesquisa e investigação científica. É uma fonte de criação, que continua jorrando, inovando e se reinventando. E que conquista novos poetas populares a partir dos grandes mestres do cordel, de ontem e de hoje.