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Literatura
de Cordel |
poeta@al.to.gov.br Com tanta impunidade Ricos ficando mais ricos E os pobres só na saudade Uns cada dia mais miséria De melhorar só na vontade É escândalo por cima de escândalo Falcatrua por cima de falcatrua Os discípulos do Lalau Brigando no meio da rua Para ver quem rouba mais E deixando a nossa Pátria mais nua A política hoje em dia Se tornou um novo eldorado Pois todo mundo que entra nela Se lambuza em mel melado São eles que roubam o povo Sem medo de serem roubados Exemplos temos aos montes É só olhar no dia a dia Uns enriquecendo depressa Usando a loteria lavando dinheiro roubado E ganhado na covardia Eu vou contar uma história Que acho muito engraçada É de um tal Juiz Lalau Que se fazia não saber de nada Porém ganhava dinheiro aos montes Com obras super faturadas No TRT de São Paulo O roubo foi tão espantoso Que o homem se tornou Um vilão bem perigoso Fugindo para o exterior Para se sair vitorioso Durante mais de cem dias A PF o procurou E numa agulha num palheiro O Lalau se transformou Vivendo folgadamente Com o dinheiro que roubou Movimentaram um verdadeiro exército Pra prenderem o Magistrado Mas ele se disfarçava Em um zorro mascarado Depois reaparecia Bem alegre em outro estado O retrato do Lalau Na internet foi colocado Em aeroportos e rodoviárias “ Procura-se “ também foi pregado No entanto aquilo tudo Não deu nenhum resultado Até que ele fez um trato Para poder se entregar Queria uma sala especial Onde ele iria ficar Com televisão e telefone Para seus roubos continuar De frente com a CPI Ele negou o seu envolvimento Diante das acusações Sem nenhum constrangimento Em cela especial colocado Como manda o regulamento Em outra parte de São Paulo Um Senador muito ousado De fazer parte do bando do Lalau Ele um dia foi acusado E por indecoro parlamentar Seu mandato foi caçado Encontraram nas Bahamas Uma conta recheada Em nome de Luiz Estevam Que era um bom camarada E quando lhe perguntaram Ele disse não saber de nada Disse que o seu patrimônio Ele havia herdado De um tio que era barbeiro E tinha sido abençoado Com todo aquele dinheiro E que nada era roubado Diz um dito popular Que o mundo é dos mais espertos Que quem não furta nem herda Está longe de um acerto De forma que enrica é merda Porque o burro morre no parto Muitos são os maus exemplos Que certos políticos têm dado Roubando descaradamente E dizendo terem herdado Enquanto o pobre morre de fome Ou vive endividado Polícia vira bandido Prontos para matar ou morrer Causam pânico em inocentes Que não podem se defender E depois que vão para a cadeia Aumentam mais seu poder Um tal Deputado Oliveira Um velha raposa vadia Ganhou cinqüenta e duas vezes Usando a loteria Para lavar o dinheiro dos roubos Com todas as regalias Foi acusado por uma CPI Mais nenhuma prova foi encontrada Ele se saiu de vítima Dizendo não saber de nada E como todos os que roubam Complementou sua jogada No estado do Piauí Um certo coronel da PM Fazia e desfazia Matava e mandava matar Pessoas pobres e desprotegidas Que não podiam escapar Depois que foi para a cadeia Para por seus crimes pagar Foi para uma cela especial De onde pode comandar Seus subordinados e comparsas Sem precisar se preocupar Quadrilhas especializadas Agem como e logo que quer Empregam muitos adeptos Homem menino e mulher Vendem drogas e falsificam documentos Da forma que melhor lhe convier Os presídios superlotados Já não cabem mais os malfeitores Que são em sua maioria pobres coitados E vivem passando horrores Enquanto os quem têm dinheiro São chamados de doutores Às vezes me ponho a pensar Será que Deus é mesmo Brasileiro E se o homem é a sua imagem e semelhança Porque viram um desordeiro Roubando o que não lhe pertence Do nosso povo tão ordeiro A tal medida do ter Nunca consegue encher Está sempre pela metade Quem já tem não quer se convencer Que já possui o bastante Para poder sobreviver Enquanto alguns enriquecem Outros mais pobres vão ficando Uns sorriem na fartura Outros de fome estão chorando Pobre que rouba galinha Vai preso e acaba apanhando Deus me livre de entrar Nessa panela sem fundo Onde quem rouba muito é doutor E quem rouba pouco é vagabundo Enquanto uns comem caviar Outros se perdem no mundo Um tal de Hidelbrando Pascoal Que hoje está na cadeia Era o dono do estado do Acre E quando lhe dava na teia Serrava pessoas ao meio Dedo do pé à orelha Pendurava de cabeça para baixo E deixava lá para morrer Ninguém ali se atrevia Aqueles pobres socorrer Pois acabavam do mesmo jeito Pobre a feder Crianças abandonadas Estão levando descaminho Vítimas de estrupadores Ou de grupos de extermínio Comendo restos de alimentos Como pobres passarinhos Até o nosso esporte Está servindo de gozação Jogadores só pensam em dinheiro E chamam de profissão Se enriquecem de uma hora para outra E dizem não serem ladrão Em todos os cantos os maus políticos Enxovalham sua raça Roubando descaradamente Deixando o mundo sem graça Depois sorrindo do povo Sentados em bancos de praça No Norte outra CPI Mostrou como era desviado O dinheiro que a Sudam Deveria ter aplicado Em obras para ajudar o povo Que precisa de cuidados No entanto o dinheiro público Em outros bolsos foi parar Servindo para enriquecer ilicitamente Aqueles que sabem roubar Não o pobre ladrão de galinhas Mas o sábio marajá Na Sudene a mesma coisa Tendo também o mesmo nome Muitos enriquecendo imoralmente Outros morrendo de fome A seca matando tudo Pois quem é pobre não come Enquanto para se eleger Muitos gastam uma bolada O pobre sofre no desespero Sem poder reclamar de nada A não ser rezar uma prece Para sua vida ser mudada Um pobre foi condenado A quatro anos de prisão Por ter tirado algumas cascas De um velho barba-timão Para fazer um remédio Pra alguém na precisão Em outra parte do País Reservas são desmatadas Florestas inteiras vendidas Clareiras são estampadas Porém ninguém é punido Pois ninguém pode ver nada Cartéis são a toda hora Formados com perfeição Para fraudarem a previdência E roubar nossa nação No entanto estes espertos Não são chamados ladrão São chamados de fraudadores De corruptos e colarinhos brancos Pois os seus acusadores São meros cavalos mancos Como carros velhos aos pedaços Que só pegam levando um tranco Na minha filosofia Eu acredito que a humanidade Como bons filhos de Deus Deveriam ver a verdade Abrir os olhos do mundo Para não acabarem na saudade Daqui a pouco só haverá Um escombro assombroso Quem é bom vai virar ruim Um ato bem perigoso Ou então morrer de fome Acabando no fundo de poço Não vou mais me aprofundar Pra não cair em tentação Pois acredito que o Brasileiro Possui Deus no coração Embora alguns pareçam monstros Aproveitando a situação.
Luiz Pereira da Costa, natural da cidade de
Cristalândia, em Tocantins, nasceu em 20/06/59. Foi para Palmas em 1994, onde reside, depois de
ter
conhecido 14 Estados da Federação Brasileira e três países da América
do
Sul. Antes de se dedicar à Literatura, foi garimpeiro e policial
militar. |