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Literatura de Cordel
 



Poesia canudense


A produção da poesia canudense sempre foi muito rica. O pesquisador Antonio Olavo - antonioolavo@portfolium.com.br-, no seu site http://www.portfolium.com.br apresenta 26 referências destes trabalhos, desde cordelistas nordestinos até poetas urbanos atuais, que publicaram nos anos recentes.

Ref. 001
Autor: Antônio Vivente Mendes Maciel
Nota: D. Zefa Maciel, moradora de Quixeramobim, e parente de Antônio Conselheiro, em 1993, quando tinha então 84 anos, em depoimento ao documentário Paixão e Guerra no Sertão de Canudos, declarou:"Ele era poeta também, e os versos dele são curtos mas eu aprendi:

O Relógio da saudade
Anda batendo nas horas
Só quem não ama não sente
Quando meu bem vai embora

Quando meu bem me visita
Se estou doente melhoro
Repito a mesma doença
Quando meu bem vai embora

Minuto se parece hora
Hora se parece dia
Dia se parece ano
Quando meu bem vai embora

Ref. 002
Domínio público

O urubu de Canudos

Escreveu para o presidente
Que já está com o bico fino
De tanto comer tenente

Logo no primeiro fogo
Morre o tenente César
Muitos que (...)
Um tal fulano Diogo

Morre genro, morre sobro
Esse povo talentudo e triste
E estão sorrindo
Os urubus de Canudos

Ref. 003 -
Título do Livro: Contos Populares 
Autor: Domínio público recolhido por Silvio Romero
Imprenta: 1ª edição: 1879.
(Apud Gustavo Barroso, O Cruzeiro, 28.04.1956)

Do céu veio a luz
Que Jesus Cristo mandou;
Santo Antônio Aparecido
Dos castigos nos livrou!

Quem ouviu e não aprendeu
Quem souber e não ensinar
No dia do Juízo
A sua alma penará

Ref. 004
Título do Livro: A Guerra de Canudos no Sertão da Bahia
Autor: João de Souza Cunegundes
Imprenta: 1ª edição: Rio de Janeiro, Livraria do Povo, Quaresma e Cia. Livreiros Editores, 1897.
(Apud Calazans, 1984:26)

(...)
Oh! mães e pais, socegai
Que a guerra está terminada!
Já morreu o Conselheiro
Acabou-se a jagunçada!
Esta horda de bandidos
Fanáticos e traiçoeiros,
Afinal foram batidos
Pelos soldados brazileiros
(...)

Ref. 005
Título do Livro: A Guerra de Canudos
Autor:
João Melchiades Ferreira da Silva
Imprenta:
s.n.t. (Apud Calazans, 1984:31)
Nota:
O autor, nascido na Paraíba participou da guerra de Canudos, como sargento do 27 BI

(...)
Escapa, escapa soldado
Quem tiver perna que corra
Quem quizer ficar que fique
Quem quizer morrer que morra
Há de nascer duas vezes
Quem sair desta gangorra.
(...)

Ref. 006
Título do Livro: Tragédia Épica
Autor: Francisco Mangabeira
Imprenta: 1ª edição: Salvador, Imprensa Moderna de Prudêncio de Carvalho, 1900.
Título do Poema: O Herói
Nota: Francisco Mangabeira participou da guerra de Canudos integrando o grupo de acadêmicos de medicina que seguiu para o sertão acompanhando as tropas do Exército.

Ei-lo morto! Por fim tombou inanimado
Entre o espanto glacial da tropa que, sentida,
Se ajoelha ante o seu corpo heróico e ensangüentado...
Tinha tanto valor na luta enraivecida
Que parece que a morte iníqua respeitava,
Deslumbrada de assombro, aquela nobre vida.
Quando a luta era mais aterradora e brava,
Ele, em meio à fumaça escura, aparecia,
E, entre as balas e o horror, intrépido, passava...
A tropa, eletrizada, ao ver-lhe a galhardia
E a bravura sem par, colérica e ofegante,
O seu vulto sereno, a delirar, seguia.
E então -- que frenesi !
O prélio nesse instante redobrava de fúria;
o ronco da metralha era maior,
E o chão ficava flamejante...
E ele, calmo, afrontando a raiva da batalha,
Ia a força contrária, altivo, rechaçando,
Bem como o furacão que as árvores desgalha.
Jamais alguém o viu estremecer ...
e, quando o combate horroroso e incerto ia crescendo,
Sempre o viam tranqüilo, as forças animando.
E, se desembainhava, entre o rugido horrendo
Dos canhões, a espelhante espada gloriosa,
Dir-se-ia ter nas mãos um facho resplendendo.
Sempre foi vencedor ...
a sua valorosa voz jamais ordenou, cheio de medo e espanto,
Uma só retirada ou fuga desastrosa.
Assim o batalhão pungido chora tanto
Porque afinal morreu aquele que era forte como o oceano,
tendo um coração de santo...
Lamenta o que jamais tremeu diante da morte,
Até ver o adversário entregue e prisioneiro
Ante o enorme valor de sua audaz corte.
Se era brando na paz, ficava sobranceiro
Na guerra, e, sendo assim, nele os soldados viam
A um tempo, um comandante, um pai e um companheiro.
Há pouco, entre o rumor das balas que zuniam,
Ele passava, quando um tipo violento o matou;
E, ao olhá-lo assim, todos sofriam.
Por isso o batalhão, neste cruel momento,
Pensa vê-lo surgir do chão onde descansa,
Tendo a espada nas mãos, como um deslumbramento...
Ergue-se a radiar, e, glorioso, avança
Com a mesma intrepidez que tinha na peleja...
Mas, vendo prisioneira uma gentil criança,
Curva a fronte, e, chorando a sua face beija.

Ref. 007
Título do Livro: História de Antônio Conselheiro: Campanha de Canudos
Autor: Arinos de Belém
Imprenta: 1ª edição: Belém, Guajarina – Casa Ed. De Francisco Lopes, 1940. 


(...)
Entre as gentes dos jagunços
Alguns havia de saias,
Metidos de serra acima
Enfurnados nas tocaias,
Era impossível matá-lo
Sem levar algumas vaias
(...)

Ref. 008
Título do Livro: Meu Folclore – História da Guerra de Canudos, 1893 - 1898.
Autor: J. Sara
Imprenta: 2ª edição: Euclides da Cunha , Museu do Arraial Bendengó, 1957. 


(...)
As mulheres a rezar o dia inteiro
Outras no tecido de fiar algodão
Os homens a tombar pedras dos montes
Outros se embrenhavam no sertão,
A procura de casca e de madeira
Por cima das maiores cordilheiras
Plantavam milho, mandioca e feijão
(...)

Ref. 009
Título do Livro: Canudos - Guerra Santa no Sertão 
Autor: José de Oliveira Falcón
Imprenta: 1ª edição: 1966.

(Versos do Poema):
(...)
Canudos! pra te contar
Só Norberto e Pajeú!...
Vencida - não te rendeste
Sob massacre - te ergueste
Sobre a surucucu!
(...)

Ref. 010
Título do Livro: Caderneta de Campo
Autor: Anônimo. Os versos do ABC foram recolhidos por Euclides da Cunha em Canudos no ano de 1897
Imprenta: 1ª edição: São Paulo: Cultrix, 1975. (Apud Calazans, 1984:14)

Morera Sezar i Thamarinho
Eram os 2 vensidores
Qo. viam ao Bello Monte
Como raros abrazadores
Mais ozurubu comeo
Estes cabras matadores

Ref. 011
Título do Livro: Estudos sobre a poesia popular do Brasil
Autor: Anônimo. Os versos do poema foram recolhidos por Silvio Romero e publicados em 1879
Imprenta: 2ª edição: Petrópolis, Coleção Dimensões do Brasil, 1977. (Apud Calazans, 1984:1)


Do céu veio uma luz
Que Jesus Cristo mandou
Sant’ Antônio Aparecido
Dos castigos nos livrou
Quem ouvir e não aprender
Quem souber e não ensinar
No dia do juízo
A sua alma penará

Ref. 012
Título do Livro: Nordestinados
Autor: Marcus Accioly
Imprenta: 2ª edição: Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro/INL, 1978, 226 p.
Título do Poema: Guerrilha nas Caatingas (trecho)

O olho aponta e dorme
No cano da espingarda,
A bala acesa voa
Varando o ar, a farda,
Um homem cai a frente,
Avança a retaguarda,
E novamente o olho
Aponta a espingarda.
O olho não recua
Medindo a pontaria,
Enquanto o outro, aberto,
Olha em redor, vigia.
Por entre as moitas bravas
Um olho ao olho espia
Medindo o medo o espaço
O tempo e a pontaria.
(...)
A tropa avança o passo
Mas de repente estanca
E luta com a caatinga
Jagunça, que se tranca.
Mas dentro da caatinga
Qualquer lâmina branca
Encontra um peito e a vida
Dentro da morte estanca
O olho então descansa
Da pontaria e saca
Do cinto e da bainha
A lamina da faca.
A mão, não mais o olho,
Enfrenta a tropa, ataca,
E veste outra bainha
Na lâmina da faca
A tropa não recua
E o olho volta a mira,
De novo a espingarda
Aponta um peito, atira,
Um grito ecoa, um corpo
Cai sobre a terra, gira,
A morte acende o ódio
E o ódio volta a mira.
Ecoa um novo tiro
Mais outro se repete,
A tropa conta os mortos:
Um dois três cinco sete.
Depois há um silencio
Mas nele se remete
Um pássaro de chumbo
E um grito se repete
A tropa investe contra
A caatinga e não acha
Entre os quipás espessos
O olho que se agacha.
Punhais de macambira
Impedem sua marcha,
E o olho que se esconde
Procura um alvo e acha.
Porém já não dispara
Espera um pouco, e cedo.
E o olho que descansa
No guarda-mato, o dedo,
Conhece o fim da luta
E desconhece o medo.
(...)
O olho espreita o olho
E, como um cão, fareja
O xiquexique o cacto
Por onde a tropa arqueja.
Sabendo o tempo exato
E a hora da peleja,
Se há rastro sobre a pedra
O olho-cão fareja.
(...)
A tropa já não sabe
Do tiro que se cala
Do olho que se fecha
Do corpo que resvala.
E luta com o silencio
Que na caatinga, sala,
Ainda ecoa o tiro
Depois que o tiro cala.
No meio da caatinga
O medo se levanta,
A tropa, desfalcada,
Recua e se amedronta,
Mas ao tentar a fuga
Olha ao redor, se espanta,
Porque, dentro as juremas,
O olho se levanta.
E volta a mira aceso
Feito um tição de fogo
Ardendo na caatinga,
Oculto, furta-fogo
E a tropa se dispersa
Em correria, afogo,
Enquanto um cano aberto
Vomita um sol-de-fogo
A tropa rola exausta
De fome e de cansaço,
Fitando o sol que brilha
No centro azul do espaço.
O cerco dos jagunços
Igual ao do cangaço,
Se fecha, como a flora,
Sem sobra de cansaço.
E a faca novamente
Rebrilha ao sol, se acende,
E cava fundo o corpo
Da tropa que se rende.
A faca, brilho aceso,
Rompe a caatinga e apreende
A trilha e o sol da luta
Escura, que se acende.
O olho então descansa
Do cano da espingarda,
E a bala já não voa
Varando o ara, a farda.
Um homem surge a frente,
Se arrasta a retaguarda,
Enquanto o sol deflagra
Seu olho de espingarda

Ref. 013
Título do Livro: Ispinho e Fulô
Autor: Patativa do Assaré
Imprenta: 1ª edição: Fortaleza, SCTD/Imprensa Oficial do Ceará, 1988.
Nota: Antônio Gonçalves da Silva, o célebre Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, (Assaré – CE). É Autor de Inspiração Nordestina (1956), Cantos de Patativa (1966), e Patativa do Assaré ( 1970 ).
Título do Poema: Antônio Conselheiro

Cada um na vida tem
O direito de julgar
Como tenho o meu também
Com razão quero falar
Nestes meus versos singelos
Mas de sentimentos belos
Sobre um grande brasileiro
Cearense meu conterrâneo,
Líder sensato espontâneo,
Nosso Antônio Conselheiro.
Este cearense nasceu
Lá em Quixeramobim,
Se eu sei como ele viveu
Sei como foi o seu fim,
Quando em Canudos chegou
Com amor organizou
Um ambiente comum
Sem enredos nem engodos,
Ali era um por todos
E eram todos por um.
Não pode ser justiceiro
E nem verdadeiro é
O que diz que o Conselheiro
Enganava a boa fé,
O Conselheiro queria
Acabar com a anarquia
Do grande contra o pequeno,
Pregava no seu sermão
Aquela mesma missão
Que pregava o Nazareno.
Seguindo um caminho novo
Mostrando a lei da verdade
Incutia entre o seu povo
Amor e fraternidade,
Em favor do bem comum
Ajudava a cada um,
Foi trabalhador e ordeiro
Derramando o seu suor,
Foi ele o líder maior
Do nordeste brasileiro.
Sem haver contrariedades
Explicava muito bem
Aquelas mesmas verdades
Que o santo Evangelho tem,
Pregava em sua missão
Contra a feia exploração
E assim, evangelizando,
Com um progresso estupendo
Canudos ia crescendo
E a notícia se espalhando.
O pobrezinho agregado
E o explorado parceiro
Cada qual ia apressado
Recorrer ao Conselheiro
E o líder recebia
Muita gente todo dia,
Assim fazendo seus planos
Na luta não fracassava
Porque sabia que estava
Com os direitos humanos.
Mediante a sua instrução
Naquela sociedade
Reinava paz e união
Dentro do grau de igualdade,
Com a palavra de Deus
Ele conduzia os seus,
Era um movimento humano
De feição socialista,
Pois não era monarquista
Nem era republicano.
Desta forma na Bahia
Crescia a comunidade
E ao mesmo tempo crescia
Uma bonita cidade,
Já Antônio Conselheiro
Sonhava com o luzeiro
Da aurora de nova vida,
Era qual outro Moisés
Conduzindo sus fiéis
Para a terra prometida.
E assim bem acompanhado
Os planos a resolver
Foi mais tarde censurado
Pelos donos do poder,
O tacharam de fanático
E um caso triste e dramático
Se deu naquele local,
O poder se revoltou
E canudos terminou
Numa guerra social.
Da catástrofe sem par
O Brasil já esta ciente,
Não é preciso eu contar
Pormenorizadamente
Tudo quanto aconteceu,
O que Canudos sofreu
Nós guardamos na memória
Aquela grande chacina,
A grande carnificina
Que entristece a nossa história.
Quem andar pela Bahia
Chegando ao dito local
Onde aconteceu um dia
O drama triste e fatal,
Parece ouvir os gemidos
Entre os roucos estampidos
E em benefício dos seus
No momento derradeiro
O nosso herói brasileiro
Pedindo justiça a Deus

Ref. 014
Título do Livro: Canudos: A Luta
Autor: Jose Guilherme da Cunha
Imprenta: 1ª edição: Salvador, Editora Pé de Bode, 1991, 198 p.
Versos do Poema:

(...)
E foi uma debandada.
Abandonando armamentos,
Jogando fora as peças
Dos muitos equipamentos,
Arriando as padiolas
Dos feridos em tormentos
Desapertando os cintos
Pra correr desafogados,
Errando pelas caatingas
Em bandos desabalados,
Uns oitocentos soldados
Sem chefes apavorados
(...)

Ref. 015
Título do Livro: O Guerreiro de Belo Monte contra Prudente Matadeira
Autor: Zé Antônio
Imprenta: 2ª edição: Aracaju, 1993, 26 p.
Versos do Poema:


(...)
Naquela terra eles plantam
Mandioca, milho e feijão
Criam carneiros e bodes
Que agüentam o sol do sertão
Trabalhando, a comunidade
Reparte em igualdade
A safra do mutirão
(...)

Ref. 016
Título do Livro: Cem anos depois da guerra de Antônio Conselheiro
Autor: Leandro Tranquilino Pereira
Imprenta: 1ª edição: Salvador, Beijupirá, 1997, 20 p.
Versos do Poema:

(...)
Andou no Vaza Barris
Belo Monte e Curaçá
Rosário, Várzea da Ema,
Canudos e Uauá,
Todos estes lhe chamaram
De Santo do Ceará
(...)

Ref. 017
Título do Livro: A Poesia de Canudos
Autor: José Américo Amorim
Imprenta: 1ª edição: Salvador, Edição do Autor, 1997.
Título do Poema:
Canudos

Meu amor
Quem mandou Febrônio?
Quem matou Antônio?
Quem mandou Artur?
Quem matou Pajeú?
Levanta Pedrão
O dia raiô, onde estás?
Seus amigos
A elite matou
Fugiram e agora
Só resta olhar
Os campos de outrora
Que eram floridos
De paz e de glória

Ref. 018
Título do Livro: Tragédia Épica
Autor: Augusto de Campos/Euclides da Cunha
Imprenta:
Título do Poema: O Monstro

Todo o exército repousava...
Nisto,
despontam, cautos, emergindo à ourela
do matagal rasteiro e trançado
de arbustos em esgalhos,
na clareira, no alto,
onde estaciona a artilharia,
doze rostos inquietos,
olhares felinos, rápidos,
percorrendo todos os pontos.
Doze rostos apenas
de homens ainda jacentes,
de rastro,
nos tufos das bromélias.
Surgem lentamente.
Ninguém os vê; ninguém os pode ver.
Dão-lhes as costas
com indiferença soberana
vinte batalhões tranqüilos.
Adiante divisam a presa cobiçada.
Como um animal fantástico,
prestes a um bote repentino,
o canhão Withworth, a matadeira,
empina-se no reparo sólido.
Volta para Belo Monte
a boca truculenta e rugidora
que tantas granadas revessou já
sobre as igrejas sacrossantas.
Caem-lhe sobre o dorso luzidio e negro os
raios do Sol,
ajaezando-a de lampejos.
Os fanáticos contemplam-na algum tempo.
Aprumam-se depois à borda da clareira.
Arrojam-se sobre o monstro.
Assaltam-no; aferram-no; jugulam-no.
Um traz uma alavanca rígida.
Ergue-a num gesto ameaçador e rápido...
E a pancada bate, estrídula e alta, retinindo...
E um brado de alarma
estala na mudez universal das coisas;
multiplica-se nas quebradas;
enche o espaço todo;
e detona em ecos
que atroando os vales
ressaltam pelos morros numa vibração
triunfal e estrugidora,
sacudindo num repelão violento
o acampamento inteiro...



Ref. 019
Título do Livro: Os Cem Anos de Canudos
Autor: Morenito
Imprenta: 1ª edição: Euclides da Cunha (BA), Edição do Autor, 1997.
Versos do Poema:

(...)
Vinte e cinco mil pessoas
Morreram nestes conflitos
só por causa do canhão
eles foram os favoritos
Canudos foi combatido
Jamais será vencido
Nos livros está escrito
(...)

Ref. 020
Título do Livro: Antônio Conselheiro - Poema Épico
Autor: Magno Nunes Costa
Imprenta: s.n.t.
Versos do Poema:

(...)
Há milhares de casas levantadas
Num grande mutirão glorificado!
Nas choupanas que são edificadas,
Habita o camponês recém-chegado...
E as pessoas solidarizadas
Já não aceitam qualquer potentado,
Que pretenda fugir desse roteiro,
Traçado por Antônio Conselheiro!

Ref. 021
Título do Livro: Canudos – A saga do povo Nordestino
Autor: Babi Guedes
Imprenta: 1ª edição: Brasília, Editora Bom Futuro, 1997, 127 p.
Versos do Poema:

(...)
Atiradores de elite
Nas torres da Igreja Nova
De pontaria certeira
Toda hora davam prova
Soldado que ali passava
Bem perto estava da cova
(...)
Moreira César então
Vendo o combate perdido
Galopou naquele rumo
Pela raiva possuído
Porém por certeira bala
Acabou sendo atingido
(...)

Ref. 022
Título do Livro: Hinos e Poesias
Imprenta: 1ª edição: Paulo Afonso (BA), Editora Fonte Viva, [s.d.], 42 p.
Título do Poema: À Saga do Conselheiro
Autor do Poema: Dom Pedro Casaldáliga

No rumo do Belo Monte
Um povo livre e romeiro
Descobre seu horizonte
No açude Cocorobó
Nem afogado nem só
Canudos, sangue fecundo!
Nós passaremos teu nome
Da "Guerra do fim do mundo"
Pra guerra do fim da fome

Ref. 023
Título do Poema: N/R
Autora do Poema:Petinha

Levanta tu que não morreu
Que a batalha não findou em 1897
Ela ainda sangra nos tabuleiros nordestinos
Com a mesma pujança de 99 anos atrás
Levanta Antônios, Marias Ritas e Pajeú
O Bacamarte fervilha nas suas mãos
Esperando os Moreira Cesáres da vida
Que estão soltos por ai
A grilar, a matar e a impor a lei do latifúndio
LEVANTA CANUDOS

Ref. 024
Título do Poema: A Tragédia de Canudos 
Autor: Newton Meyer Azevedo
Nota:
Vencedor do I Concurso Nacional de Literatura de Cordel, promovido pela Ministério do Exército/Secretaria Geral do Exército/Diretoria de Assuntos Cultuais
, 1997.  


(...)
Destruído palmo a palmo,
o inferno dormente e calmo
é como altar de fumaça
pedido a Deus por clemência;
pela dura experiência
da falta de inteligência
que gerou tanta desgraça!

Vencidos e vencedores
foram vítimas de horrores
naquelas lutas finais
E o próprio sino, calado,
badalou dobre abafado,
e, partido lado a lado,
silenciou, não tocou mais.

Essa foi a triste história
de uma peleja sem glória
onde a lei era o fuzil
Mas de quinze mil soldados
e jagunços trucidados,
pela burrice arrancados
do coração do Brasil!!!
(...)

Ref. 025
Título do Livro: A Fronteira Desguarnecida
Imprenta: Rio de Janeiro, Ed. Sette Letras, 1997.
Título do Poema: Canudos
Autor do Poema: Alberto Pucheu


Lugar que esconde uma sílaba, degolada, debaixo do cangaço.
Uma história de facas, o ventre da seca destripado.
A vida pelo avesso na defesa do milagre.
A bandeira do delírio construindo a resistência na cidade.
Paredes do divino, sinos, ladainhas do combate.
Do meio da raleia congregada, a lição conselheira se espalha,
invadindo as capitais: a balbúrdia do silêncio alucina.

Ref. 026
Título do Livro: As Cruzes de Canudos e o Santo Conselheiro
Autor do Poema: Leandro Tranquilino Pereira
Imprenta: 1ª edição: Salvador, Beijupirá, 1998,10 p.

(...)
Beato Paulo José
João Macambira Filho
O Antônio Vila-Nova
Também caíram no trilho
E o José Travessia
Venâncio também um dia
Da vida perdeu o brilho
(...)


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