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Literatura de Cordel
 


Varneci Santos do Nascimento
Guarabira / PB

varnecicordel@yahoo.com.br

Varneci Santos do Nascimento, nasceu na cidade de Banzaê - BA em 24 de abril de 1978, filho de Aloncio Chaves do Nascimento e Rita Evangelista dos Santos. Católico praticante, autor de cerca de 120 folhetos de Cordel, muitos dos quais, contam histórias bíblicas. Seu primeiro folheto foi escrito em 1998, mas à publicação só aconteceu em 2001, quando foi convidado por um professor universitário, para proferir palestra em São Paulo, sobre a arte do cordel na Unisa (Universidade de Santo Amaro), e depois foi chamado a ministrar palestras em associações, escolas, bibliotecas e casas de cultura. Nesses anos seu trabalho, tem crescido e, recentemente retornou a São Paulo, onde ministrou cerca de 45 palestras em diversas escolas e casas de cultura, atingindo um público de aproximadamente dez mil pessoas. Como outros poetas, acredita que o Cordel pode e deve, ser usado como instrumento paradidático na educação brasileira, estimulando a leitura nos estudantes. Algumas de suas publicações foram impressas por editora, Prefeituras Municipais, Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, CANAN, bem como, foi classificado em 5º lugar num Concurso Nacional de Cordel promovido pela CPTM em São Paulo e em 2ª colocação em outro Concurso na Bahia, com o romance "O AMOR VENCE O RACISMO". O autor cursa História na Universidade Estadual da Paraíba.

Publicações do autor:

- DOM MÁRIO ZANETTA: PASTOR, AMIGO E IRMÃO
- PAULO FREIRE: UM EDUCADOR DIFERENTE
- MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS
- VISITA DE LAMPIÃO A PADRE CÍCERO NO CÉU
- JORGE AMADO: O AMADO DO BRASIL
- BUSH E SADDAM: CARA DE UM FOCINHO DO OUTRO
- FREI DAMIÃO O SANTO DO NORDESTE
- NOSSO TEMPO EM CORDEL
- UM CORNO PRA CADA DIA DO MÊS
- CANGAÇO: UM MOVIMENTO SOCIAL
- CARTA DA AMIGA DROGA
- JOSÉ DE ANCHIETA: O EVANGELIZADOR DO BRASIL
- BRANCO CUIDADO: DEUS PODE SER NEGRO(*)
- O AMOR VENCE O RACISMO
- PADRE JOSÉ DILLON: DE DEUS É UM GRANDE DOM
- JOÃO PAULO II: O PAPA DA PAZ.

(*) BRANCO CUIDADO: DEUS PODE SER NEGRO

Deus me dê sabedoria
Rima, fé, inspiração
Pra poder dar um recado
Protestar e dizer não,
No campo e na cidade
Macula a humanidade:
A famosa escravidão.

Há outra coisa gravíssima
Entre cristãos e ateus:
Em busca da "raça" pura
Arianos eram os seus
Veio Hitler com nazismo
Criando um novo racismo
Agora contra os judeus!

De modo, que se o mundo
Hoje amar a verdade
Acha tal mancha histórica
Danosa a sociedade
Pérfida, soez e tamanha,
Que talvez seja a vergonha
Pior da humanidade.

Porém, quero me ater
No tema do negrófilo
Que por conta do racismo
Nunca ele viveu tranqüilo,
Mas, humilhado, agredido,
Renegado e excluído,
O negro é sem sigilo!

Assim sendo, para o fato
Dos negros, eu lhe remeto
Eles têm sofrido muito
Numa nação cheia de gueto
O branco lhe detratou
Mas, nunca se perguntou
Se Deus Pai do céu é preto?

Negro foi mercadoria
Perseguido e maltratado
Até mesmo a Igreja,
Já ousou ter afirmado
Sem sobrosso e com calma
"O negro não tem nem alma"
E pode ser explorado!

Por isso, quem era branco
Tratou de escravizar
Disse: negro não é gente
Então vamos lhe explorar
E assim a escravidão
Teve início então,
Mas, demorou terminar.

O Brasil por uns três séculos
Espoliou essa gente
E mesmo, após libertada
Inda sofre atualmente
As marcas do preconceito
Dum país muito mal feito
E uma história indecente.

Eles foram explorados
Até por religião
Quem devia justamente
Lutar por libertação
De quem vivia no chicote
Apanhando de magote
Sem nenhuma precisão.

Se Deus fosse negro e assim
Agisse como um feroz
O branco por certo iria
Ser tratado como algoz
E Deus inda ia falar
Você veio pra pagar
O mal feito a todos nós!

Deus sendo, negro e fosse,
Castigador, vingativo
Iria cobrar dos brancos
Pelo seu mal destrutivo
Contra etnia e cor
Levando branco ao sabor
Do que é ser um cativo.

É bom o branco pensar
E deixar qualquer racismo
Preconceito não constrói
É contra o altruísmo
E latente à exclusão,
Embora digam que não
Extrapolando o cinismo.

Se Deus for negro irá
Tratar todos com amor
Até o branco cruel
Terrível e opressor
Pra lhe dá uma lição
De que nem à escravidão
Lhe tornou um vingador.

Aviso ao patrão branco
Não insista em explorar
E ao empregado negro
Comece logo a pagar
O salário do brancão
Negro com igual função
Igualzinho tem de ganhar.

Sugiro ao político branco
Pensar mais e com firmeza
Na classe negra oprimida
Mergulhada na tristeza
Pois, nesse solo altaneiro
Nosso negro brasileiro
Sofre mais com a pobreza.

Embora o racismo seja
Um crime nesta nação
Não há se quer um só preso
Sendo que a transgressão
Acontece toda hora
Se preso, logo cai fora
Pagando a libertação.

Desembargador, juiz
É bom à lei praticar
Deixem de hipocrisia
E tratem de trabalhar
Para punir quem transgride
E quem no crime incide,
Pague de forma exemplar.

Veio cota em faculdade
Precisava muito disso
Pois, o governo não tinha
Com o negro compromisso
E a cota tem por razão
Promover a inclusão
Porém, não basta só isso.

Tem de lhe dá condição
E toda infraestrutura
Cursinhos pra prepará-los,
De graça, e à sua altura
O negro de ginga é nato
E recebendo esse trato,
Aumentará sua cultura.

Se Deus fosse algum víndice
No tempo da escravidão
Teria agido na hora
Contra a vil exploração:
Ao negro salvaria
E o branco aprenderia
Com uma única lição.

Sem descanso no trabalho
Por um feitor, vigiados
Quando estavam doentes
Trabalhar eram obrigados
Mandados pelos colonos
Feitos na marra seus donos
Além disso, maltratadas.

Em relação, aos brancos
O negro pouco pecou
Se num momento de "briga"
Um negro um branco matou
Foi para se defender
Quem fez, se, se arrepender,
Deus Pai já o perdoou.

O Brasil carregará
Na sua história, à sina
De racista, escravocrata
Exploradora, assassina
E foi a última nação
A dá a libertação
Em toda América Latina.

O Apartheid na África
É outro grave pecado
O negro em sua pátria
Torpemente segregado
E quanto mais se investiga
Não se encontra um que diga
Que por isso é o culpado.

Por isso, branco respeite
Toda nossa negritude
Que tem direito a lazer
Emprego, paz e saúde,
Entretanto, o ocorrido
É negro ser agredido
De forma torpe e rude!

Se Deus é negro ou branco
Sua lei não é imposta
Só sei que de humilhação
Ele é bom e não gosta
E há de vir socorrer
Ao ver um negro sofrer
Nisso até faço uma aposta!

Deus criou o ser humano
Para completa igualdade
De modo, que todos têm,
A mesma dignidade
E quem a isso ferir
Há de pagar e sentir
Por tamanha crueldade.

Jesus Cristo ao certo tinha
Seu corpo do sol queimado
Tratou todos igualmente
A ninguém deixou de lado
Então peço a toda gente
Pra Ele daqui pra frente
Ser por nós mais imitado!

O negro é uma criatura
Digna, sábia, preparada
Igual a qualquer humano
Sendo a imagem criada
Do nosso Deus, semelhante,
Branco não seja arrogante
Pois, cor não quer dizer nada.

Deus não gosta de racismo,
Porque foge da razão
E faz o negro sofrer
Vítima de tanta agressão
Branco, por Deus compreenda,
E rapidamente aprenda:
Já chega de divisão!

Raça só existe uma
Somos nós, seres humanos
Índio, negro é etnia
Vamos deixar os enganos
Para haver fraternidade
Os negros da humanidade
Esperam isso há anos!

A cor de Deus não importa
Ele jamais vai mudar
Deus Pai nunca deu direito
Para ninguém explorar
Qualquer outro cidadão
Porque ele é seu irmão
E Deus só mandou lhe amar.

Contato com o autor: Rua Bráulio Martins, 93 - Cep 58200-000
Santa Terezinha - Guarabira / PB - Fone: (83) 8822-5820




Página produzida pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores / Rio de Janeiro



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