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Literatura de Cordel
 


Dila - José Soares da Silva
Um gênio da xilogravura

Xilogravuras são ilustrações populares obtidas por gravuras talhadas em madeira, muito difundidas no Nordeste e sempre associadas à Literatura de Cordel, uma vez que a partir do final do Século XIX passaram a ser utilizadas na produção de capas dos folhetos.

Anteriormente, a xilogravura tinha uso considerado "menos nobre", como a confecção de rótulos de garrafas de cachaça e outros produtos. Sua grande popularidade veio com o Cordel.

A origem da xilogravura nordestina até hoje é ignorada. Acredita-se que os missionários portugueses tenham ensinado sua técnica aos brasilíndios, como uma atividade extra-catequese, partindo do princípio religioso que defende a necessidade de ocupar as mãos para que a mente não fique livre, sujeita aos maus pensamentos, ao pecado.

Dentre os grandes nomes da xilogravura nordestina, temos Dila - José Soares da Silva.

Dila nasceu na Fazenda Cabeça de Negro, Surubim/PE, em 17/09/1937.

Realizou seu primeiro trabalho aos sete anos de idade, em 1944: uma xilogravura para ilustrar um folheto de Cordel do poeta Francisco Sales Areda.

Em 1953, passou a residir em Caruaru, PE, onde instalou uma rústica oficina gráfica para imprimir os seus folhetos. É um dos mais respeitados xilogravuristas do Nordeste brasileiro, trabalhando sua arte com lâmina de barbear em pedaços de madeira umburana ou linóleo.

Os temas preferidos de seus folhetos são os milagres do Padre Cícero e as aventuras do cangaceiro Lampião de quem se diz irmão. Não gosta dos chamados folhetos de épocas (narrando fatos ocorridos no dia-a-dia da comunidade) e seu poder de imaginação leva a fantasias do tipo de que Lampião continua vivo, escondido numa fazenda do interior pernambucano, e de que ele próprio é irmão do Papa João Paulo II.

Até hoje, mantém em Caruaru a "Artfolheto São José", rústica oficina gráfica, integrada por duas impressoras manuais e uma caixa de tipos, onde, além dos seus folhetos, atende encomendas de carimbos para casas comerciais e cartórios e faz rótulos para pequenos fabricos de aguardente, vinagres, doces e outros produtos.


Xilogravura de Dila

É um dos poucos poetas populares que, além da madeira, utiliza a borracha para talhar suas xilogravuras. Sua casa em Caruaru, além de seu local de trabalho, transformou-se num ponto de atração turística da cidade.




Página produzida pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores / Rio de Janeiro